Esta foi uma semana em que foi impossível escapar à guerra na Ucrânia, às histórias das vidas destruídas, do sofrimento das famílias separadas, das crianças postas em transportes aos prantos para longe dos pais que temem pela sua segurança, dos soldados russos em lágrimas por não quererem lutar contra os irmãos ucranianos, muitos com familiares dos dois lados das fronteiras, dos russos maltratados porque do dia para a noite são, independentemente da sua opinião sobre a guerra ou sobre o governo, o alvo da fúria mundial. Foi impossível escapar ao espectro da terceira guerra mundial às ameaças surdas e mudas do uso de armas químicas com consequências difíceis de prever para a humanidade, à dúvida sobre os dois pesos e duas medidas usadas em diferentes guerras que, apesar de terem os mesmos resultados – devastação e morte –, recebem tratamentos e atenções tão diferenciadas de acordo com interesses velados. Foi impossível escapar ao medo, ao bullying de discursos que se fundamentalizam, a pressões para cedência a manipulações e à desinformação que faz duvidar de tudo quanto se lê e se ouve vindo dos dois lados que esgrimem argumentos como se a guerra pudesse algum dia ser ganha como um jogo de futebol.
JLo do lado errado da história