AVALIADOS EM MAIS DE 150 MILHÕES DE DÓLARES

47 projectos à espera de luz verde do Ministério

PESCAS. Iniciativas aguardam pela conclusão da análise da unidade técnica de apoio ao investimento privado, do Ministério dirigido por Victória de Barros Neto.

Pelo menos, 47 projectos ligados à indústria pesqueira, transformadora, salineira e aquicultura encontram-se à espera de autorização do Ministério das Pescas, para a sua implementação, enquanto o processo de avaliação decorre na unidade técnica de apoio ao investimento privado. A informação consta do relatório do conselho consultivo do ministério, terminado sexta-feira, em Luanda, e que dá conta de que o conjunto das propostas de investimento totaliza 153,6 milhões de dólares, com a perspectiva de criação de 2.214 novos postos de trabalho.

O documento revela, em relação ao conjunto da actividade nos primeiros três trimestres do ano, que, de Janeiro a Outubro de 2016, foram capturadas 416.6 mil toneladas de pescado diverso em todo o país, com particular realce para a pesca semi-industrial e artesanal marítima que representam 61% da captura total.

Além de servir o mercado nacional, o pescado também foi exportado. Entre as principais espécies vendidas para o exterior destacam-se a espada, com mais de quatro mil toneladas; a sardinha, acima das 13 mil toneladas, e a corvina com 840 toneladas. República Democrática do Congo e Namíbia, Arábia Saudita, Espanha, Chile, Peru e Coreia do Sul foram os principais mercados de exportação.

Em relação às importações de pescado diverso, este ano, verificou-se uma diminuição, comparativamente ao mesmo período de 2015. A tilápia (cacusso) continua a ser o produto mais importado da aquicultura, proveniente da China, sendo que, no período em balanço, se registaram 38 importações num total de 1,5 mil toneladas.

O sector pesqueiro registou um aumento de 5%, comparado ao período homólogo de 2015. A pesca industrial teve baixas na ordem dos 23%, enquanto a pesca semi-industrial teve aumento de 39%. A pesca artesanal marítima subiu 52% e a continental desceu na ordem 59%. A aquicultura também teve baixas de 30%, como resultado da escassez de divisas para importação de ração e outros equipamentos.

Em relação à transformação dos produtos da pesca (farinha e óleo de peixe), registou-se uma produção de 16,5 mil toneladas e mais seis mil litros, respectivamente. A indústria de conservas registou uma produção de duas toneladas, provenientes do Namibe, numa empresa que labora ainda em fase experimental.

A produção do sal iodizado apresenta-se com um aumento considerável, tendo atingido a cifra de 71.100 toneladas. Em sentido contrário, a produção de peixe seco registou uma redução acentuada de 45,1%, provavelmente pelo facto de as empresas preferirem a congelação do pescado por permitir a obtenção de receitas imediatas e menos perdas pós-captura, segundo o relatório do Ministério das Pescas.