600 milhões de dólares para criar Rio Luanda
O mentor do projecto da criação de um rio artificial a atravessar o centro de Luanda, António Venâncio, estima que o Governo possa gastar cerca de 600 milhões de dólares, dos quais 480 milhões destinados ao realojamento de cerca de oito mil famílias residentes nas linhas de água. O engenheiro, que se vem batendo pelo rio, considera tratar-se de um "orçamento baixo, embora possa sofrer alterações a pedido das autoridades governamentais.
“A obra será feita quase toda com materiais e mão-de-obra local. De todos os estudos existentes, o do rio Luanda é o mais barato e o mais rápido. Não vai ser preciso assessoria internacional”, reforça.
António Venâncio acredita que o rio terá "um grande impacto ambiental" e económico nas zonas para qual está projectado, que vai do Kikuxi, Viana, estendendo-se a Cacuaco, passando pelo Coelho, até à Ponte Molhada, Nova Vida e Kamorteiro. “Vai ressurgir a pequena e média indústria, a cultura avícola no Cazenga que já existia no passado e abastecia toda Luanda. Os aviários ainda estão lá e só aguardam por água. A cultura de plantas e fabricação de bebidas”, observa.
Além disso, o autor do projecto prevê uma melhoria da sociabilidade nos bairros periféricos, estimando que “haverá praias fluviais, recintos de lazer, prática de desportos aquáticos, criação de peixes, reordenamento do território e zonificação de actividades comerciais e culturais”.
Com os estudos concluídos, se o projecto sair do papel, a previsão da conclusão das obras é de quatro a cinco anos. António Venâncio crê no investimento do Governo visto que encorajou os engenheiros a elaborarem os estudos e prometeu ouvi-los.
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