TAAG espera receber novos Dash8-400s do Canadá

Reforço da frota previsto para Julho

AVIAÇÃO. Primeira aeronave tinha chegada prevista para Março e a segunda estaria no país desde o mês passado. Até antes do final do ano, a TAAG passaria a ter as seis aeronaves na frota, mas a pandemia da covid-19 alterou a programação e, na melhor das hipóteses, a primeira chega em Julho.

Reforço da frota previsto para Julho
D.R

Com chegadas inicialmente marcadas para Março e Abril, as duas primeiras aeronaves do tipo Dash8-400s da TAAG podem aterrar em Angola entre Junho e Julho, previsões que ainda podem ser alteradas em função do desenvolvimento da pandemia da covi-19 tanto em Angola como no Canadá, segundo fonte do Ministério dos Transportes.

“O Canadá também entrou em estado de emergência como nós e a linha de produção paralisou praticamente. Então estamos a discutir novo calendário com o fabricante e, em princípio, só devem chegar entre meados de Junho e Julho”, explica.

As aeronaves fazem parte de um lote de seis e na previsão inicial todas estariam no país até ao final do ano, programa que agora está dependente da evolução da situação da pandemia nos dois países. “Estamos a discutir, temos estado a dialogar dia sim, dia não, mas vai depender do nível de evolução da situação nos dois países. Se vão ou não prorrogar o estado de emergência, ainda existe muita indecisão”, acrescenta.

A aposta nas aeronaves do tipo Dash8-400s é parte da estratégia para tornar mais rentável a operação doméstica. Plano que esteve para arrancar no modelo de parceria público-privada com o projecto Angola Air Connection, abortado pelo Presidente João Lourenço. Alguns dos privados que faziam parte do consórcio, sempre que podem, acusam o Governo de se ter aproveitado de um projecto que nasceu como parceria público-privada. Versão, entretanto, desmentida pelo quadro sénior do Ministério dos Transportes, garantindo que se trata de “um projecto da TAAG que nasceu dentro da TAAG e foi depois retirado para se idealizar a Air Connection, como falhou, o projecto voltou para a TAAG”. “É um projecto antigo só que nunca avançou porque ainda não era altura. Depois, o então ministro Augusto Tomás, ou melhor, o próprio Governo pensou que seria melhor avançar em parceria público-privada. Avançou-se conforme se avançou, mas depois mudou o governo e o Presidente João Lourenço mandou cancelar e o projecto voltou para a TAAG outra vez. Muitas pessoas desconhecem isso, porque também nunca tinha sido tornado público antes”, explicou.

Confrontado sobre o modelo que melhor garantiria maior viabilidade económica, considerou “muito discutível”, destacando como principal desvantagem do modelo de parceria público-privada a suposta falta de disponibilidade financeira de grande parte dos privados que fazia parte do consórcio. “Não tinham dinheiro nenhum para investir, estavam quase todos à espera que o Estado injectasse o dinheiro. Agora, em termos de negócio, gestão do projecto, é tudo muito discutível”, respondeu, quando interrogado se o modelo de parceria público-privada não seria mais ajustado, sobretudo por a companhia estar entre os activos a serem privatizados. Muitas vozes, por exemplo, têm criticado a estratégia do Governo de recapitalizar a empresa para depois privatizá-la parcialmente.

Um negócio de avanços e recuos

Além das aeronaves do tipo Dash8-400s, a TAAG também terá a frota reforçada com novas aeronaves da Boeing. O dossier de reforço da frota da companhia ficou marcado por decisões de avanços e recuos de João Lourenço. Em Janeiro de 2019, o Presidente da República autorizou a aquisição das aeronaves, justificando-se com o programa de reestruturação da companhia para, em Abril, cancelar a compra. Entretanto, as negociações continuaram sem o Presidente revogar a decisão de cancelar a compra. Mas, no mês passado, aprovou uma garantia soberana de 118 milhões de dólares para a aquisição das aeronaves Dash8-400s.