80 empresas ‘piscam o olho’ a Angola
FÓRUM. Empresários polacos querem investir em várias áreas de negócio em Angola, mas o país tem prioridades concretas, segundo o ministro do Comércio. Empresários dos dois países avaliaram as possibilidades de investimento em Luanda.
Angola e Polónia discutiram as oportunidades de negócios, num fórum promovido pela Agência para a Promoção de Investimentos e Exportações de Angola (APIEX), em que participaram 80 empresas polacas e cerca de 100 angolanas.
Os polacos querem investir em todas as áreas, mas com maior intensidade na agro-indústria, segundo o embaixador angolano na Polónia, Domingos Culolo. Acontece que Angola tem sectores prioritários, definidos pelo Governo, conforme deixou claro o ministro do Comércio, Fiel Domingos Constantino. Trata-se das áreas que constam da cadeia produtiva dos cimentos, dos têxteis, da madeira, bebidas, açúcar, silos de cereais e racções para a avicultura e a agricultura.
Em resposta, no que toca ao sector agrícola, a empresa polaca URSUS S.A mostrou-se pronta ao desafio da mecanização. A empresa já está instalada noutro país africano, na Etiópia, onde já passou da fase da venda para a montagem de tractores, actividade que agora quer desenvolver em Angola, de acordo com o seu director, Michel Nidzorski.
O Fórum teve um carácter ‘B2B’, ou seja, pela primeira vez, colocou frente-a-frente empresários dos dois países.
Para o ministro do Comércio, as bases estão lançadas para “o fortalecimento das relações empresariais” e apelou aos empresários de ambas as partes para agirem, durante o fórum que serviu de resposta ao interesse mostrado por investidores polacos.
Nos próximos tempos, a APIEX pretende organizar fóruns temáticos, como o fórum do café ou o fórum agrícola, e, para Setembro, tem agendada a conferência internacional de exportações de produtos angolanos.
MAIS RELAÇÃO PRECISA-SE
O volume de negócios entre os dois países “ainda é muito fraco”, de acordo com o embaixador da Polónia em Angola, Piort Józef Mysliwiec, que, entretanto, não avançou números. Na base da baixa cooperação, como explica o diplomata, está o pouco conhecimento de Angola por parte dos empresários polacos.
Estabelecidas em Novembro de 1975, as relações bilaterais, no domínio económico, estão confinadas no sector das pescas. Através da empresa Navimor, a Polónia assumiu a construção da Academia de Pescas e Ciências do Mar do Namibe, em 2008. Avaliado em 70 milhões de dólares, o projecto prevê a instalação, no local, de seis faculdades, um centro de treino e salvamento, uma biblioteca, residências para estudantes e docentes, um centro de processamento de pescado e 30 laboratórios temáticos, entre outros empreendimentos.
Na Academia, serão ministrados cursos de engenharia de electricidade e electrónica, electro-automação marinha, gestão costeira, engenharia de navegação, exploração de portos e frotas, engenharia mecatrónica de refrigeração, computação, desenho técnico e electrónica de equipamentos de comunicação, processamento de pescado, aquacultura e oceanografia.
A Polónia foi dos primeiros países a reconhecer a Independência de Angola, tendo despachado, entre 18 e 20 de Novembro de 1975, um enviado especial que assinou, com Agostinho Neto, a declaração de estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países. Em 1976, a Polónia abriu a sua embaixada em Angola e, um ano depois, Agostinho Neto aportou em Varsóvia, pela primeira vez, na qualidade de Presidente de Angola.
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