Presidente da UPME crítica Governo
A presidente da União dos Pequenos e Médios Empresários de Angola (UPME), Beatriz Frank, lamenta a falta de políticas de incentivo dirigidas a mulheres empresárias e critica o Governo e os bancos.
No topo das críticas, está a preferência pelo que é internacional em detrimento do que é produzido pelas empresárias nacionais, uma crítica ao Executivo e a “muitos angolanos”. “Isso faz com que a economia não gire, não se alavanquem as empresas existentes, de empresárias. Nos bancos, não existem campanhas de crédito-mulher ou algum programa que incentive as mulheres a empreenderem. Não existe campanha de capacitação técnica, formação, apoio direccionado para que sejam cada vez mais fortes e tenham condições financeiras para que possam criar mais empregos”, lamenta.
A líder associativa explica esta falta de sensibilidade, exemplificando com a acção do ministro da Economia e Planeamento, Sérgio Santos, por “não ter cumprido a tão esperada promessa de enquadrar as mais de 200 pequenas e médias empresas da União no leque das abrangidas pelo alívio financeiro no âmbito do Prodesi, conforme acordado na reunião de Junho do ano passado”. “É difícil, muitas mulheres perderam a esperança pelo facto de verem as empresas fecharem, a não terem nenhum financiamento como se solicitou, as excessivas burocracias a não melhorarem e o Governo a não tomar medidas propícias para aliviar esta situação da parte dos pequenos e médios empresários”, sublinha Beatriz Franck.
Para a dirigente associativa, o principal desafio das empresárias angolanas prende-se, em primeiro lugar, em provar a competência, depois ultrapassar os tabus existentes na sociedade. “A nível de bancos, quando, muitas vezes, se solicita um valor de financiamento, olham e a primeira coisa que pensam é que se vai gastar os valores e não utilizar para o fim que foi solicitado. O outro é superar os assédios, nos inícios de reuniões, os homens olham sempre como mulher e não como uma empresária, ou como a cabeça de uma empresa.”
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