Um milhão de kwanzas para começar negócio
Zungueiros, roboteiros e outros operadores informais poderão ser integrados em sistema de franchising, com a ajuda de microcrédito.
Numa iniciativa da Franquia Angola, com a intenção de promover a formalização de negócios e de os tornar sustentáveis, 120 operadores informais poderão aderir ao sistema de franchising e poder receber, anualmente, apoios de até 1 milhão de kwanzas. O retorno, tal como é definido pelo sistema de franchising, será efectuado mensalmente de acordo com a percentagem de lucros durante um ano.
Helivelton Francisco, mentor do projecto, explica que os interessados poderão ter acesso, se estiverem registados numa administração municipal. “Para este projecto, temos identificado o perfil ideal, iremos olhar para várias componentes, desde personalidade, mente empreendedora e afins. Todos os seleccionados irão beneficiar de um financiamento para possibilitar o investimento da microfranquia e será igualmente disponibilizado um plano de amortização do crédito que não sufoque o empreendedor”, explica. Apesar de grande parte dos informais ser iletrada, Helivelton Francisco garante que o projecto é desenvolvido a pensar nesse aspecto, por isso afasta constrangimentos. “Os informais podem ter alguma debilidade na escrita ou na leitura, mas são fortes a contar dinheiro. E, como tudo, toda a gente tem a capacidade de aprender se for ensinada, eis o motivo da formação oferecida antes da inserção do indivíduo no mercado”, sublinha
O projecto-piloto arrancou em Luanda, mas a pretensão é implementá-lo em todas as províncias, de acordo com a realidade de cada uma. O promotor espera contar com a parceria de bancos e do Ministério da Indústria e Comércio.
A Franquia de Angola é uma empresa de consultoria especializada em expandir a rede de negócios com o incentivo ao franchising. Conta com algumas pequenas empresas cujos negócios foram franqueados e têm tido, segundo o mentor, muita adesão de pequenos empreendedores. O franchising ou franquia é um sistema no qual uma determinada empresa ‘aluga’ a marca. Ou seja, concede direitos a uma outra ou a um empreendedor para poder representar a marca, vendendo os seus produtos, em determinados locais. Em contrapartida, quem usar a marca paga à empresa-mãe ‘royalties’, por ano ou por mês. Além de apoiar na constituição da empresa, com ‘know-how’, a promotora dá um aval para a concessão de crédito, caso o empreendedor não tenha dinheiro suficiente para arrancar com o projecto. Em Angola, exemplos mais conhecidos da utilização do sistema são as lojas Worten e Bem Me Quer.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...