'Tchizé' dos Santos revela ter estado contra a nomeação da irmã Isabel na Sonangol por ter poderes "indecentes"
A antiga deputada do MPLA e filha do ex-Presidente da República, Welwitchia dos Santos 'Tchizé', revelou que sempre achou “indecente” a irmã, Isabel dos Santos, ter concentrado demasiado poder e demasiadas oportunidades em muitos sectores em Angola.
Numa 'live' na rede social Instagram, 'Tchizé' dos Santos, fez questão de frisar que não se considerava "uma irmã invejosa”, por ter essa opinião sobre a irmã e que tinha consciência de que o pai "ficaria triste" com estas revelações. 'Tchizé' dos Santos garantiu nunca ter concordado que a irmã fosse administrar a empresa pública Sonangol já que "ela já estava em muitas áreas". “Achava que eram demasiadas poucas pessoas com demasiado dinheiro e poder concentrado, com demasiados projectos concentrados. Acho que a minha irmã tinha demasiado poder, demasiadas oportunidades e que aquilo era indecente. Não é porque sou uma irmã invejosa”, sublinhou.
'Tchizé' dos Santos recordou que Isabel dos Santos já detinha sociedades na Unitel, no banco BIC, nas cervejas e até nos diamantes e, com isso, “estava muito bem e não precisava de projectos como a Marginal de Luanda”, entre outros. “No partido, toda a gente sabe que fiz tudo para que a minha irmã não fosse nomeada para a Sonangol”, revelou.
Apesar desta resistência, 'Tchizé' dos Santos reconhece que a irmã fez um "bom trabalho" na petrolífera nacional, baixando os custos da empresa. O “bom trabalho”, avança 'Tchizé' dos Santos, pode ser visto pela "baixa de custos e a limpeza" que a irmã fez enquanto esteve na petrolífera.
'Tchizé' dos Santos contou ainda que as "pessoas bajuladoras” próximas do pai sabiam o que ela pensava sobre a irmã ir administrar a Sonangol, mas que por ela ser o “elo” mais fraco, a “ovelha negra” da família e a irmã era a “filha querida e que tinha excelentes relações com o pai”, a nomeação aconteceu.
'Tchizé' dos Santos falou da liberdade de imprensa e disse que tinha “esperança” que o Presidente da República “arrumasse a casa”. “Há mais abertura para falar mal de José Eduardo dos Santos. Se tivesse abertura para falar mal de João Lourenço eu estava em Angola sentada no meu lugar de deputada. Não estava aqui fora”.
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