Presidente da República admite trabalho “árduo” e longos anos para recuperação de activos
O Presidente da República, João Lourenço, afirmou ser preciso um trabalho “árduo” e muitos anos para a recuperação de activos.
No seu discurso pela quarta vez à Nação, desde que assumiu o cargo de Presidente da República referiu que o Executivo “tudo tem feito para recuperar activos”. João Lourenço revelou que a Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal e outros órgãos investigam 715 processos-crime sobre peculato, corrupção activa e passiva, branqueamento de capitais, recebimento indevido de vantagens, participação económica em negócios, fraude fiscal e outros tipos de crimes económico-financeiro.
“Muitos dos arguidos nesses processos já conheceram condenação em primeira instância, aguardando pelos recursos nos tribunais superiores, outros aguardam por julgamento”, sublinhou o Presidente da República.
Neste ano, a actividade processual do Serviço Nacional de Recuperação de Activos da Procuradoria-Geral da República apreendeu dinheiro, bens móveis e imóveis e participações sociais em empresas num montante acima de USD 2,5 mil milhões de dólares. “Estes valores reportam-se a património e bens, tais como condomínios residenciais, fazendas agrícolas, empreendimentos turísticos, estabelecimentos comerciais, terrenos, postos de abastecimento de combustível, aeronaves, embarcações marítimas, viaturas e outros bens de luxo, bem como dinheiro em numerário”.
João Lourenço referiu ainda que com a cooperação internacional foi possível obter 2,1 mil milhões de dólares.
O Presidente garantiu ainda que “não haverá esconderijo seguro para os bens de pessoas que os adquiriram lesando profundamente o erário público. A justiça angolana tudo fará para recuperar os recursos do Estado que tenham sido desviados, sejam quais forem as figuras singulares ou colectivas envolvidas”.
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