NO PRIMEIRO SEMESTRE

Alimenta Angola factura 60 milhões de dólares

04 Nov. 2021 Mercado & Finanças

DISTRIBUIÇÃO. Crescimento das vendas reafirma tendência de resultados positivos iniciados no ano passado e antecipa novos investimentos. Kilamba e Benfica, em Luanda, serão os destinos das próximas lojas da rede.

Alimenta Angola factura 60 milhões de dólares

 A rede de lojas Alimenta Angola facturou, no primeiro semestre do ano, 60 milhões de dólares, um aumento de 10% face ao ano passado. É o segundo ano de crescimento nas receitas, depois de um período de resultados negativos, de acordo com o director comercial.

A recuperação da facturação, segundo Marcos Paulo Bernardes, permitirá ao grupo voltar aos investimentos, salientando que “ninguém quer investir numa economia que está negativa”, como o caso da angolana.“Há três anos, as lojas estavam no vermelho. A partir de 2020, começámos a ver uma luz no fundo do túnel”, refere, adiantando estar prevista, para 2022, a abertura de duas lojas, no Kilamba e no Benfica, com um investimento estimado em 30 milhões de dólares. Está ainda planeada a expansão das lojas cash and carry entre as cidades de Benguela e Lobito, cujo investimento não revelou.

Nos últimos 12 anos, refere Marcos Bernardes, foram investidos mais de 100 milhões de dólares nas quatro lojas espalhadas em Luanda. Explica o gestor que o grupo deseja comprar grande parte dos produtos no mercado nacional, mas a falta de oferta leva-os ainda a depender essencialmente do mercado externo. Até ao momento, a rede adquire 80% dos produtos a fornecedores [importadores] nacionais. Ou outros 20% são importados directamente pela empresa, por conta dos “altos custos aduaneiros, frete marítimo e logísticos, encarecidos pela pandemia”.

Há três anos, o grupo investiu, entretanto, 50 milhões de dólares numa fazenda que ainda não produz o suficiente para responder à procura. “A nossa intenção é fomentar o mercado nacional e trabalhar com o kwanza, é viável. Temos uma fazenda, estamos a desenvolver muitas culturas, mas é difícil, porque o solo é diferente do que é necessário para as frutas e legumes que trazemos da África do Sul ou de outros países”, conta, realçando a necessidade de existência de mais produtores internos.