Apenas 27% dos projectos de investimentos registados pela AIPEX estão implementados
BALANÇO. Desde a criação em 2018, Agência para o Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (Aipex) registou mais intenção de investimento do que efectiva implementação. Somente 114 dos projectos saíram do papel. Maioria dos projectos registados é de origem angolana.
Das 423 intenções de investimento registadas desde a criação, em 2018, até ao terceiro trimestre deste ano, a Aipex só viu concretizados efectivamente 114 projectos, ou seja, 27%, globalmente avaliados em 1.218 milhões de dólares, de acordo com relatórios consultados pelo Valor Económico.
Outros 67,4% (288 projectos) do total de intenções estão em execução, num investimento calculado em 3.136 milhões de dólares, ao passo que 11 projectos (2,6%) estão por implementar. Outros 11 projectos, avaliados em 31 milhões de dólares, foram cancelados.
Embora a instituição não detalhe as razões do cancelamento de mais um projecto, face aos registos de 2020, em Março deste ano, o PCA, António Henriques da Silva, explicou que certos investidores “acham que as condições apresentadas de princípio não são as mesmas”.
As intenções de investimentos são maioritariamente de origem angolana, num total de 162 projectos, no valor de 1.585 milhões de dólares, seguidas de investimentos mistos com 55 projectos. Os de origem portuguesa são 43 e os do Emirados Árabes Unidos, 24.
Curiosamente, segundo o relatório da Aipex, apesar da assinatura de acordos de cooperação entre Angola e a Turquia, que culminaram com as visitas recíprocas dos dois chefes de Estado, o país registou apenas três intenções de investimento turco, estimadas em 200,13 milhões de dólares.
A capital, Luanda, continua a concentrar a preferência dos investidores, com um total de 333 projectos. É seguida, de longe, pelo Bengo e Benguela, com 13 e 12, respectivamente. As províncias com menos investimentos são Uíge, Namibe e Lunda-Norte, com duas intenções apenas cada uma.
A concentração do investimento é justificada pela Aipex com a falta de condições noutras zonas do país, daí ter articulado com o Ministério da Indústria e Comércio no sentido de se proporcionar a infra-estruturação, acesso à água e energia nos pólos de desenvolvimento industrial.
As áreas com mais intenções são da indústria (181), comércio (88), agricultura (29), prestação de serviços (92), pescas (9) e hotelaria e turismo (5).
No ano passado, a Agência registou uma queda de intenções de investimento de 36%, face ao ano anterior. Este ano, até ao terceiro trimestre, registou 79 projectos de investimento, correspondente a um crescimento de 36% face ao período homólogo.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...