A fome não é relativa, a nova descoberta do Presidente
Por onde começar, numa semana tão fértil de acontecimentos que deixam qualquer um boquiaberto?!
Comecemos por pedir que alguém nos esclareça quanto ou o que os angolanos devem a Joel Leonardo, que aparentemente tem mais poderes que qualquer um neste país. Que existam os intocáveis, não é novidade para ninguém. Mas, quando se fala no presidente do Tribunal Supremo (TS), a situação ultrapassa todos os limites do absurdo. Um juiz que quase diariamente é denunciado por alegadamente estar envolvido em actos de corrupção; um juiz que, ao que se diz, faz e desfaz no TS e no Conselho Superior da Magistratura Judicial (CSMJ), como se de sua casa se tratasse; um juiz que alegadamente vilipendia e persegue os seus pares que não lhe seguem a bala; um juiz alvo de uma acção popular promovida por um grupo de advogados da Ordem; um juiz que é alvo de uma investigação da PGR; um juiz que desrespeita uma decisão do Tribunal Constitucional e consequentemente a Constituição da República de Angola; um juiz que não permite que cidadãos angolanos, entre os quais deputados e o líder do maior partido na oposição, entrem na sua casa, porque é assim que ele vê o TS.
Ora, ontem os membros da FPU decidiram distribuir uma comunicação sobre o que consideram ser o “estado actual do país” e, pasmem-se, entregaram sem qualquer dikulo na Presidência da República, entregaram na CEAST, mas, chegados ao reino impenetrável de Joel Leonardo, foram recebidos pela Unidade de Segurança da Presidência, sedentos de começar a distribuir rebuçados e chocolates. Tudo isto nos remete à pergunta inicial: quem deve o quê a Joel Leonardo? Qual é, de facto, o papel de Joel Leonardo neste país? Que segredos ou missões terá que o transformem numa figura tão indispensável, insubstituível e impunível? Perante tantas acusações e em nome da honra por que não se demite nem é convidado a demitir-se? Por que cargas d’agua o PR é conivente com tantas atrocidades que descredibilizam ainda mais uma justiça já fragilizada e atiram para a lama o Estado de Direito? Mas não é apenas o Estado Direito que está a ser arrastado para a lama… no “galinheiro” as coisas parecem não andar bem…
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