A fome não é relativa, a nova descoberta do Presidente

19 Jul. 2024 Suely de Melo Opinião

Por onde começar, numa semana tão fértil de acontecimentos que deixam qualquer um boquiaberto?!

Comecemos por pedir que alguém nos esclareça quanto ou o que os angolanos devem a Joel Leonardo, que aparentemente tem mais poderes que qualquer um neste país. Que existam os intocáveis, não é novidade para ninguém. Mas, quando se fala no presidente do Tribunal Supremo (TS), a situação ultrapassa todos os limites do absurdo. Um juiz que quase diariamente é denunciado por alegadamente estar envolvido em actos de corrupção; um juiz que, ao que se diz, faz e desfaz no TS e no Conselho Superior da Magistratura Judicial (CSMJ), como se de sua casa se tratasse; um juiz que alegadamente vilipendia e persegue os seus pares que não lhe seguem a bala; um juiz alvo de uma acção popular promovida por um grupo de advogados da Ordem; um juiz que é alvo de uma investigação da PGR; um juiz que desrespeita uma decisão do Tribunal Constitucional e consequentemente a Constituição da República de Angola; um juiz que não permite que cidadãos angolanos, entre os quais deputados e o líder do maior partido na oposição, entrem na sua casa, porque é assim que ele vê o TS.

A fome não é relativa, a nova descoberta  do Presidente

Ora, ontem os membros da FPU decidiram distribuir uma comunicação sobre o que consideram ser o “estado actual do país” e, pasmem-se, entregaram sem qualquer dikulo na Presidência da República, entregaram na CEAST, mas, chegados ao reino impenetrável de Joel Leonardo, foram recebidos pela Unidade de Segurança da Presidência, sedentos de começar a distribuir rebuçados e chocolates. Tudo isto nos remete à pergunta inicial: quem deve o quê a Joel Leonardo? Qual é, de facto, o papel de Joel Leonardo neste país? Que segredos ou missões terá que o transformem numa figura tão indispensável, insubstituível e impunível? Perante tantas acusações e em nome da honra por que não se demite nem é convidado a demitir-se? Por que cargas d’agua o PR é conivente com tantas atrocidades que descredibilizam ainda mais uma justiça já fragilizada e atiram para a lama o Estado de Direito? Mas não é apenas o Estado Direito que está a ser arrastado para a lama… no “galinheiro” as coisas parecem não andar bem…

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