A HIPOCRISIA QUE ENVAIDECE E CONSOME O PRESIDENTE
Na magistral obra de Catherine Belton ‘Os Homens de Putin’, Sergei Pugachev e Valentin Yumachev brindam nostálgicos sobre o metamorfoseado Vladimir Putin. Yumachev era genro e antigo chefe de gabinete de Boris Ieltsin, o quase tutor de última hora de Putin. Pugachev, por sua vez, era um dos grandes oligarcas russos, entretanto, caído em desgraça e perseguido em toda a linha pelos novos homens de Putin. Curiosamente, Pugachev e Yumachev tinham sido dos principais entusiastas e apoiantes da chegada de Putin à cadeira número um do regime do Kremlin. O mesmo Putin que, aos primeiros passos no poder, se dizia uma espécie de “gerente contratado”, insinuando uma certa relutância em assumir plenamente o posto, ao mesmo tempo que se mostrava “complacente aos que o tinham ajudado a ascender ao poder”.
Lançando-se contra os antigos companheiros do regime, Pugachev diz a Yumachev que todos os ‘yes-men’ que passaram então a cercar Putin eram a personificação mais acabada da hipocrisia. A camarilha dizia a Putin que era um enviado de Deus para salvar a pátria, mas, ao mesmo tempo, compreendia a “profunda hipocrisia do sistema, a democracia fictícia representada pelo partido governante do Kremlin”, o Rússia Unida, e não se esquecia do quão profundamente corrupto se tornara o regime.
“Eu olho para eles… [as pessoas que rodeiam Putin] e não acreditam em nada. Percebem que é tudo treta. Aquele Rússia Unida é uma treta, as eleições são uma treta, o presidente é uma treta. Mas percebem tudo isso e sobem ao palco e dizem que é tudo esplêndido.” E acrescentavam: “assim que ele [Putin] sair, vamos acabar com ele”, comentava Pugachev.
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