Arlindo das Chagas Rangel, PCA da AIPEX

“A inclusão na lista cinzenta do GAFI é um desafio enorme e todo o desafio deve ser transformado em oportunidade”

Qual é a estratégia de captação de investimento, face à integração de Angola na lista cinzenta do GAFI? 
A inclusão de Angola na lista cinzenta do GAFI é um desafio enorme e todo desafio deve ser transformado em oportunidade, para conformamos todos os ‘itens’ em aberto. Na AIPEX, em colaboração com outras instituições governamentais, estamos a trabalhar para mitigar os efeitos sobre os investidores estrangeiros e nacionais. É fundamental reforçarmos a comunicação acerca dos avanços que Angola tem alcançado em termos de conformidade regulatória e combate ao branqueamento de capitais. Apesar das dificuldades, conseguimos demonstrar o comprometimento de Angola com as reformas necessárias, mantendo o interesse dos investidores em sectores estratégicos. Angola é um parceiro sério, com visão de longo prazo, devemos crescer de forma sustentável, comprometidos com o desenvolvimento sustentável e com reformas estruturais alinhadas às melhores práticas financeiras internacionais. 

“A inclusão na lista cinzenta do GAFI é um desafio enorme e todo o desafio deve ser transformado em oportunidade”

Que balanço faz a AIPEX do exercício que agora termina? 
Foi um ano de consolidação e aprendizado. Avançamos na promoção das potencialidades de Angola, atraímos novos projetos de investimento e contribuímos para o aumento das exportações. Superamos diversos desafios, enfrentamos novos, e, em resumo, foi um período de fortalecimento da nossa estratégia, preparando-nos para um crescimento mais sólido em 2025. Internamente, estamos focados em aprimorar a nossa eficiência operacional e fortalecer a nossa cultura organizacional, pois temos noção de que só dessa forma poderemos prestar um serviço de excelência aos investidores. 
 
A promoção das potencialidades angolanas no exterior tem surtido efeito na captação de investidores estrangeiros? 
A promoção das potencialidades angolanas no exterior tem gerado resultados positivos na atracção de investimentos, com um aumento no interesse de potenciais investidores em visitar o nosso país para realizar prospecções de mercado. No entanto, sabemos que as decisões de investimentos de grande porte são cuidadosamente analisadas e demandam tempo. Por isso, o reforço da diplomacia económica é uma etapa crucial deste processo, cuja relevância é determinante para o sucesso dessa estratégia. Hoje, já conseguimos atrair várias empresas estrangeiras de renome para Angola, incluindo multinacionais de grande porte, principalmente fora do sector petrolífero.