ANGOLA GROWING
Jorge Silva, empresário do ramo industrial

“A incompetência reinante de alguns altos funcionários do ministério tem custos muito elevados”

Desmotivado com os obstáculos que tem de enfrentar, e com projectos na estaca zero, o empresário Jorge Silva é cáustico para com o Governo, em especial, em relação ao Ministério da Indústria. Revela que teve de aceitar um sócio ‘laranja’ para conseguir a aprovação de um financiamento no programa Angola Investe. E crê que outros empresários fizeram o mesmo caminho, até porque não tem dúvidas de que a corrupção aumentou nos últimos anos. Por tudo isso, não acredita que Angola atraia empresários estrangeiros.

“A incompetência reinante de alguns altos funcionários do ministério tem custos muito elevados”

Depois da participação na FILDA de 2018, a sua empresa passou a estar ausente. A que se deve?

A empresa, em 2018, teve o seu apogeu. Arrancámos em 2014 com a construção do edifício com o apoio do Programa Angola Investe e, em finais de 2017, com a produção de mobiliário. Em 2018, já tínhamos bastante mobiliário feito. A nossa intenção era ter uma fábrica de móveis que seria a maior de Angola. Não é por vaidade, mas era a realidade e com acabamentos de qualidade como na Europa, com altos brilhos e alta qualidade. Também fazemos mobiliário mais acessível, mas a nossa pretensão era fazer alta qualidade, porque queríamos expandir para fora de Angola, no caso para o Dubai devido ao meu conhecimento do mercado por outras unidades fabris. Havia de fornecer para o Congo, Namíbia e outros países. Em 2018, fomos convidados para fazer a Filda, pelo Ministério da Indústria, em conjunto com o Grupo Arena. A nossa intenção inicial era alugar uma área pequena, mas viram a nossa qualidade e, como tinham muito espaço vazio, pediram se poderíamos ocupar uma área de 400 metros quadrados. Assim fizemos. Levámos o prémio de melhor expositor, além dos prémios melhor qualidade e produção. Na altura, não acreditavam que o mobiliário era feito em Angola e, por isso, convidámos várias entidades para visitar a fábrica e constataram que tudo era produzido em Angola e por angolanos. Tínhamos apenas quatro expatriados e mais de 40 angolanos.         

E a que se deve a ausência que se seguiu?

O projecto morreu, porque o Banco Millennium Atlântico deixou de pagar as facturas aos fornecedores, deixando de cumprir o contrato do programa Angola Investe.

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