A MENSAGEM DO CONGRESSO DA UNITA AO MPLA
O país assistiu, entre 28 e 30 de Novembro, ao XIV Congresso da Unita que reelegeu Adalberto Costa Júnior para mais um mandato. Com cerca de 90% dos votos na disputa com Massanga Savimbi, Adalberto Costa Júnior sai do congresso não apenas reforçado, mas praticamente confirmado como o cabeça de lista do partido para as eleições de 2027.
Este resultado prenuncia, inevitavelmente, um período de forte tensão política. O MPLA — e todos os que dele dependem — dificilmente deixarão de mobilizar esforços para enfraquecer o líder da Unita, que surge do congresso como a figura que mais directamente desafia a longevidade do partido no poder.
Mas o que realmente marcou o país nestes dias não foi apenas a vitória expressiva de Adalberto Costa Júnior. Foi o interesse nacional despertado pela disputa interna, pelo debate, pela incerteza. O cidadão comum revelou, com clareza, estar cansado da monotonia política. Quer alternância. Quer concorrência. Quer escolhas reais e não vencedores previsíveis.
É essa leitura que o MPLA deveria fazer dos acontecimentos. E é essa leitura que o Presidente da República — empregado do povo e simultaneamente líder do partido — deveria transmitir às estruturas internas: a necessidade urgente de repensar a forma como o partido elege o seu presidente e, consequentemente, o potencial cabeça de lista para as próximas eleições.
Ignorar esta mensagem do eleitorado poderá custar caro. O país mostrou que já não se satisfaz com unanimidades automáticas, nem com congressos meramente ratificadores de decisões pré-feitas. A velha máxima segundo a qual “o MPLA é o povo e o povo é o MPLA” corre hoje o risco de se transformar num slogan invertido pela realidade.
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