ANGOLA GROWING
VICTOR LLEDO, REPRESENTE DO FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL EM ANGOLA

“A população precisa de ser esclarecida do porquê de se estar a retirar o subsídio aos combustíveis e como irá ser beneficiada a curto e médio prazo”

13 Mar. 2024 Grande Entrevista

Numa semana em que o Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa o crescimento de Angola em 2024, demonstrando pouco optimismo em relação às previsões do Banco Mundial e do Banco Africano de Desenvolvimento, Victor Lledo defende a negociação da dívida com os credores internacionais, recomenda a solicitação de empréstimos com reduzidas taxas de juros e lembra que o país está exposto ao risco de sobre-endividamento. Ao Valor Económico, reitera a defesa da retirada dos subsídios aos combustíveis, mas aconselha que seja acompanhada com novas medidas de mitigação.

“A população precisa de ser esclarecida do porquê de se estar a retirar o subsídio aos combustíveis e como irá ser beneficiada a curto e médio prazo”

Governo volta ao mercado em busca de financiamento diante de altas taxas de juros nos mercados. É uma boa altura?  

As autoridades em Angola têm acompanhado de forma contínua as várias formas de financiamento disponíveis com o objectivo de minimizar o custo e o risco do serviço da dívida, através, entre outras coisas, do alargamento dos prazos de pagamento e da diminuição na percentagem da dívida contraída em moeda estrangeira.  Apesar dos ‘spreads’ soberanos de Angola terem diminuído nos últimos três meses, para 619 pontos base, de cerca de 769 pontos base em Novembro de 2023, os custos dos empréstimos permaneceriam em território de dois dígitos (10,5% em Março de 2024) em taxas prevalecentes do tesouro dos EUA pelo, o que ainda se tornam um tanto proibitivos.


O FMI está disponível para conceder mais um financiamento a Angola?

O FMI está sempre aberto a discutir um novo financiamento com Angola, havendo a demanda por parte do Governo e constatada necessidades do ponto de vista da balança de pagamentos e outros critérios estabelecidos dentro das diversas modalidades de empréstimo. Do nosso lado. não identificámos uma necessidade de financiamento da balança de pagamentos a curto prazo que justifique um engajamento com o FMI, mas estamos sempre abertos a discutir com o Governo possíveis financiamentos.


Quais seriam as exigências do FMI?

As exigências irão depender do tipo de modalidade de financiamento, da quantidade a ser emprestada, da magnitude das brechas fiscais e externas a serem fechadas e do estado actual das políticas económicas e ao arcabouço fiscal, monetário e financeiro.

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