ANGOLA GROWING
EMPRESÁRIO SÃO VICENTE CONFIRMA NEGÓCIO

AAA sai do Standard Bank Angola e entra Inpal com 49% das acções

BANCA. A participação das AAA Activos no Standard Bank Angola muda de mãos outra vez. Inpal, SA em “processo de conclusão” da transação.

A empresa angolana AAA Activos diz ter vendido na “totalidade” a sua participação de 49% detida no Standard Bank de Angola à empresa Inpal num montante não divulgado.

O banco Standard Bank e a Inpal estão “agora na conclusão do processo”, depois de as AAA terem decidido “desinvestir por várias razões”, respondeu o seu presidente, Carlos São Vicente, por email.

São Vicente declinou dizer porque razão está a sair do banco ou mencionar os montantes envolvidos na transação, referindo os inquéritos à empresa compradora. No entanto, são conhecidas as dificuldades do grupo que declarou falência e estará em processo de alienação de vários activos. O grupo AAA tem participações em diferentes sectores que incluem a hotelaria, os seguros e o ramo financeiro. A citada Inpal, por sua vez, respondeu por email que “agradece o contacto, no entanto, declina respeitosamente fazer qualquer pronunciamento sobre o tema em epígrafe.” Luís Teles, administrador executivo do Santard Bank não atendeu às chamadas para o seu telemóvel nem respondeu as mensagens enviadas.

O Standard Bank Group detém os restantes 51% das acções. Com sede em Joanesburgo, África do Sul, o Standard é o maior banco de África em termos de activos, com operações que se expandem em todos os continentes. Fundado há mais de 150 anos é também dos mais antigos no continente.

O Standard Bank de Angola iniciou as suas operações no país em 2009, depois de mais de três anos a funcionar como escritório de representação, período tido também como de negociações com parceiros locais para a satisfação dos então 49% de participação obrigatoriamente nacional. As AAA adquiririam a sua participação apenas em 2012.

Pouco se sabe nesta altura sobre a Inpal - investimentos e Participações, conforme listada nas Páginas Amarelas ou Inpal, SA, como consta na “assinatura” do email. O seu sítio na internet não elucida e parece estar em construção, remetendo qualquer busca de informação para “brevemente”.

As negociações para a venda da participação das AAA parecem vir de há algum tempo. Em 2013, o banco anunciou no seu relatório de contas que “AAA Activos Lda,” se encontra no processo de transferir a sua participação para um novo accionista, o qual irá também subscrever o aumento de capital a ser realizado em 2014. Essa transferência está pendente à aprovação do Banco Nacional de Angola.”

A compra dos activos por parte da Inpal vem levantar o velho problemas das negociações de activos nas altas finanças, que investidores em múltiplos fóruns de negócios classificam como opacos, mas que são por norma confidenciais até à finalização.

Citados oficiosamente como entidades a que a participação foi proposta estará a Sonangol e o Fundo Soberano de Angola.

Carlos Silva, administrador do agora Banco Millennium Atlantico, que recentemente citou o Standard como “um dos bancos mais fortes de Angola” em entrevista ao DN português, foi citado em documentos oficiosos como parte interessada na compra dos activos das AAA através de uma empresa Jasper Capital Partners. Contactado pelo VALOR diz que a informação é “rigorosamente falsa”, e que nem ele, pessoalmente, nem o Banco Atlântico (que na altura representava antes da fusão com o banco Millennium) teve algum interesse em comprar acções no SBA.

“Na realidade foi um cliente do Banco Atlântico, na sua vertente de investment banking, que solicitara à data que o BA estruturasse uma operação” para a compra de tais participação. Operação que ou por desistência do cliente ou de outros intervenientes não chegou a materializar-se.

Quando as AAA “entrou” no SBA, o banco encaixou 100 milhões USD em “mão”, o dobro do que tinha antes. Para saber quanto a Inpal traz ao banco, há que se esperar pelo relatório e contas de 2016.