AHRA defende gestão internacional para os hotéis do Infotur
TURISMO. Com registos de perdas financeiras de vários milhões por causa da pandemia, os hoteleiros estão à espera de uma resposta governamental para colmatar as dificuldades. No pós-pandemia, o sector já pensa em vistos mais facilitados e sugere voos charter.
A Associação dos Hotéis e Resorts de Angola (AHRA) defende que os quatro hotéis do Infotur, cuja privatização está prevista para breve, sejam geridos por cadeias internacionais para credibilizar a marca.
Segundo o secretário-geral da associação, Ramiro Barreira, se nenhum grupo internacional hoteleiro se interessar pelos hotéis, “o investidor angolano que os adquirir deve negociar a gestão com cadeias internacionais”.
“As cadeias internacionais têm outro nível de gestão e posicionamento. Os turistas, quando vierem para Angola, acreditam mais em marcas internacionais. Essas cadeias fidelizam os clientes e têm centrais de reservas internacionais. São uma série de questões que ajudam muito a criar uma imagem positiva destes hotéis”.
O responsável da ARHA afirma que “seria bom” que cadeias internacionais como a Sheraton, Radisson e a Intercontinental também estivessem em Angola.
Ramiro Barreira não tem informações sobre se algum operador hoteleiro pertencente à AHRA vai participar na sessão de auscultação e se há interessados na aquisição dos hotéis, mas considera que “provavelmente devem existir, dependendo da localização dos hotéis, dos preços e da viabilidade”. O gestor é peremptório: “o Estado não pode ser detentor de hotéis”.
O turismo tem sido um dos sectores mais afectados pela pandemia da covid-19 no mundo e Angola não tem fugido à regra. Segundo cálculos feitos pela associação recentemente, as perdas estão acima dos 10 mil milhões de kwanzas por mês.
A AHRA, para tentar reverter a situação, escreveu ao Ministério da Ecónomia e Planeamento a solicitar o apoio financeiro do Estado. No dia 18 deste mês,as associações, ligadas ao turismo, estiveram reunidas com responsáveis de dois ministérios e foi criada uma comissão que elaborou uma proposta final que deverá ser entregue à ministra do Turismo, Cultura e Ambiente, Adjany Costa.
A Comissão propõe várias medidas para colmatar os danos causados pela crise financeira e pela pandemia. As mais destacáveis passam pela suspensão, por um período de seis meses, do pagamento dos atrasados dos Impostos à AGT e ao INSS, e pelo adiamentodo pagamento do imposto industrial. “Precisamos de uma estratégia para crise. Estamos com esperança que algumas medidas o Governo venha a responder positivamente”, acredita Ramiro Barreira
Hoteleiros já a pensar no pós-covid-19
A AHRA já está a pensar no pós-pandemia. Ramiro Barreira declara que, além das medidas que vão ser tomadas por causa da pandemia, o turismo precisa de uma segunda fase com estratégias de curto e médio prazo para tirar o sector da “letargia” em que se encontra.
O responsável recorda que o país precisa de resolver o “problema” dos vistos e dos voos charter. “Podemos fazer tudo. Podemos ter hotéis, mas sem turistas não temos nada. Precisamos de turistas”, reafirma.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...