Unidades serão apresentadas aos investidores no dia 28

AHRA defende gestão internacional para os hotéis do Infotur

TURISMO. Com registos de perdas financeiras de vários milhões por causa da pandemia, os hoteleiros estão à espera de uma resposta governamental para colmatar as dificuldades. No pós-pandemia, o sector já pensa em vistos mais facilitados e sugere voos charter.

AHRA defende gestão internacional para os hotéis do Infotur
D.R

A Associação dos Hotéis e Resorts de Angola (AHRA) defende que os quatro hotéis do Infotur, cuja privatização está prevista para breve, sejam geridos por cadeias internacionais para credibilizar a marca. 

Segundo o secretário-geral da associação, Ramiro Barreira, se nenhum grupo internacional hoteleiro se interessar pelos hotéis, “o investidor angolano que os adquirir deve negociar a gestão com cadeias internacionais”.

“As cadeias internacionais têm outro nível de gestão e posicionamento. Os turistas, quando vierem para Angola, acreditam mais em marcas internacionais. Essas cadeias fidelizam os clientes e têm centrais de reservas internacionais. São uma série de questões que ajudam muito a criar uma imagem positiva destes hotéis”.

O responsável da ARHA afirma que “seria bom” que cadeias internacionais como a Sheraton, Radisson e a Intercontinental também estivessem em Angola.

Ramiro Barreira não tem informações sobre se algum operador hoteleiro pertencente à AHRA vai participar na sessão de auscultação e se há interessados na aquisição dos hotéis, mas considera que “provavelmente devem existir, dependendo da localização dos hotéis, dos preços e da viabilidade”. O gestor é peremptório: “o Estado não pode ser detentor de hotéis”.

O turismo tem sido um dos sectores mais afectados pela pandemia da covid-19 no mundo e Angola não tem fugido à regra. Segundo cálculos feitos pela associação recentemente, as perdas estão acima dos 10 mil milhões de kwanzas por mês.

A AHRA, para tentar reverter a situação, escreveu ao Ministério da Ecónomia e Planeamento a solicitar o apoio financeiro do Estado. No dia 18 deste mês,as associações, ligadas ao turismo, estiveram reunidas com responsáveis de dois ministérios e foi criada uma comissão que elaborou uma proposta final que deverá ser entregue à ministra do Turismo, Cultura e Ambiente, Adjany Costa.

A Comissão propõe várias medidas para colmatar os danos causados pela crise financeira e pela pandemia. As mais destacáveis passam pela suspensão, por um período de seis meses, do pagamento dos atrasados dos Impostos à AGT e ao INSS, e pelo adiamentodo pagamento do imposto industrial. “Precisamos de uma estratégia para crise. Estamos com esperança que algumas medidas o Governo venha a responder positivamente”, acredita Ramiro Barreira

 

Hoteleiros já a pensar no pós-covid-19

A AHRA já está a pensar no pós-pandemia. Ramiro Barreira declara que, além das medidas que vão ser tomadas por causa da pandemia, o turismo precisa de uma segunda fase com estratégias de curto e médio prazo para tirar o sector da “letargia” em que se encontra.

O responsável recorda que o país precisa de resolver o “problema” dos vistos e dos voos charter. “Podemos fazer tudo. Podemos ter hotéis, mas sem turistas não temos nada. Precisamos de turistas”, reafirma.