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AIBA dividida por causa dos preços indexados ao dólar

AIBA dividida por causa dos preços indexados ao dólar

A Associação das Indústrias de Bebidas (Aiba) está dividida pelo facto de os produtores de bebidas discordarem dos preços 100% dolarizados, praticados pelos fornecedores de produtos como rótulos, caricas, latas e caixas de cartão.

As duas indústrias fazem parte da associação, pelo que esperam que seja esta a resolver o diferendo, de acordo com depoimentos de diferentes executivos do sector. 

“A AIBA conta com associados das indústrias de packing, industriais que investiram e reclamaram anos e anos para que se deixasse de importar e se comprasse localmente. Nada contra, faz todo o sentido, mas hoje, que estão sozinhas, decidiram dolarizar a 100% a tabela de preços”, reclamou o executivo sénior de uma das fabricas de bebidas, considerando tratar-se de um tema “grave, sensível e que as instituições competentes devem olhar e intervir”.

“Com que legitimidade se dolariza em 100% a tabela de preços de materiais e embalagem? A energia está dolarizada? Os salários estão dolarizados? As amortizações de equipamentos instalados há muito tempo estão dolarizados?”, questiona o responsável de uma outra fábrica de bebidas. “A crise está para todos. É nacional e mundial e não é passageira. Temos de partilhar as dores em conjunto e não repassar tudo para quem produz e tirar proveito de uma situação vantajosa criada pelo Estado com finalidade de empregos e produção nacional e não de monopólio e situações de abuso de posição dominante”, acrescenta.

Esses executivos preferiram falar de forma não oficial sobre o assunto por entenderem que deve ser a Aiba a “dar uma explicação, visto que estas empresas também são membros da associação”. O mesmo argumento foi apresentado pelos responsáveis de algumas empresas fornecedoras.

No entanto, um executivo da GraphicSystems justificou a indexação dos preços ao dólar com a necessidade de importação de toda a matéria-prima. “O que [é que] nós podemos fazer se importamos quase toda a matéria-prima?”, retorquiu por telefone.

Diversas fontes garantiram que o tema está no topo das prioridades da direcção da Aiba, liderada por Manuel Sumbula, do Grupo Castel. Sumbula, entretanto, evitou falar cobre o tema, apesar de várias tentativas de solicitar a sua secretária a ligar para saber sobre o tema a abordar e prometer retomar a chamada