Air Connection custa 17 milhões de dólares às companhias privadas
AVIAÇÃO. Operadores privados que vão integrar o consórcio da nova companhia ?aérea devem pagar, em média, 1,7 milhões de dólares, na operação que marca o início da capitalização da empresa. Nova companhia começa a operar em 2019.
As operadoras aéreas privadas, que integram a Air Connection Express, devem entrar no consórcio com uma participação imediata de 1,7 milhões de dólares para o início do processo de capitalização que prevê uma participação global, para cada uma, de aproximadamente 17 milhões de dólares, soube o VALOR de fonte ligada ao processo. O capital social global para a constituição do consórcio ficou fixado em 170 milhões de dólares.
A Air Connection é a nova companhia aérea que vai operar os voos domésticos e é constituída por nove empresas, em que sete terão precisamente a mesma participação e outras duas, TAAG e ENANA, com maior percentagem (ver gráfico).
A fonte do VALOR coloca, no entanto, muitas reservas quanto à contribuição dos privados, uma vez que “não possuem fôlego financeiro” para concretizarem a operação. “Ainda não percebi onde os operadores privados vão arranjar o dinheiro”, receia, defendendo uma composição “mais alargada” para tornar “menos penoso” o esforço dos sócios.
Bartolomeu Dias, proprietário da Air Diexim, garante, no entanto, que a sua empresa “não terá dificuldades” para cumprir com a sua parte. “A Diexim pertence a um grupo empresarial robusto e grande, não temos problemas financeiros, porque, caso contrário, não estaríamos a finalizar todos os projectos de milhares de dólares sem recurso à banca”, afirma.
O empresário considera mesmo “uma interpretação errada” pensar-se que todas as companhias vão estar paralisadas por dificuldades financeiras. “O facto de parar uma companhia não significa que não tenha dinheiro. Paramos por vermos que não há viabilidade de rentabilidade.”
Bartolomeu Dias garante que o consórcio, “contrariamente ao que muitos pensam”, terá mesmo de surgir da participação financeira dos sócios. “Como qualquer empresa, os sócios devem realizar o capital. Alguns podem pensar que todo o investimento será feito pelo Governo, mas não”, assegura.
Por sua vez, Nuno Pereira, da Besfly, afiança que são os únicos, entre os operadores privados, que já deram entrada de parte do dinheiro correspondente à sua quota-parte. “Ainda não foi o total do que nos cabe, mas foi o valor necessário para levar à assinatura do contrato, o primeiro sinal foi pago com a participação da TAAG e a ENANA e agora estamos a recolher a participação dos outros privados”, argumentou.
Para Nuno Pereira, “se os accionistas não tiverem capacidade, as suas participações podem ser diluídas para os outros parceiros ou reduzida em função do investimento”.
A TAAG é a maior accionista com 30%, seguindo-se a ENANA com 10%. Os restantes 60% serão repartidos entre a Best Fly, Air Jet, Air 26, Guicango, Diexim, SJL e a Mavewa. Aos accionitas está vetada, no entanto, a gestão do consórcio, estando prevista a contratação de uma equipa profissional.
Heliang de fora
Apesar de fazer parte da comissão de trabalho para a constituição da Air Connection, a Heliang - Transportes Aéreos ficou de fora do consórcio que vai assegurar os voos domésticos.
Fonte que acompanha o processo garante que “não se trata de uma exclusão da entidade promotora, o Ministério dos Transportes, mas da falta de definição dos seus accionistas quanto à participação da empresa, até à data da constituição do consórcio”.
Acordo com a Bombardier
Na semana passada, a Air Connection Express assinou um contrato com a canadiana Bombardier, para o fornecimento de seis aviões do tipo Q400, numa parceria público-privada avaliada em 143 milhões de dólares.
O financiamento está a ser assegurado por um sindicato bancário, liderado pelo BNI, a nível local, e pelos Bancos de Desenvolvimento Afrexim, sediado no Egipto, e o EDC - Export Development Canada, com 90% do capital para a aquisição das aeronaves já assegurado. Garantias soberanas para o asseguramento do financiamento serão necessárias, segundo o Ministério dos Transportes.
Os primeiros dois aparelhos podem ser entregues no princípio de 2019, o ano em que devem arrancar as operações da Air Connection.
Alcinda Pereira, representante do consórcio, refere que há a intenção de, futuramente, a companhia operar as rotas regionais, após a consolidação do mercado doméstico.
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