Albina Assis revela tentativa de suborno e considera ter sido “um erro” Angola não ter construído refinarias
A ex-ministra dos Petróleos, Albina Assis, acredita que Angola cometeu um “erro estratégico” não ter investido na construção de uma ou mais refinarias na época em que as receitas, geradas pela venda do petróleo, estavam em alta.
A ex-ministra e actual comissária da Expo-Doha, no Qatar, revela que, na época em que as receitas fiscais, provenientes da exportação de petróleo, renderam a Angola 256 mil milhões de euros entre 2002 e 2014, chegou a sugerir ao antigo vice-ministro dos Petróleos, Desidério Costa, que verificasse, com os países da África Austral, que países estavam dispostos a colaborar com Angola na construção de refinarias, mas que a intenção não avançou. “Não consegui apoio, nem mesmo internamente”.
Em entrevista ao Jornal de Angola, a ex-governante e antiga responsável da Sonangol revelou ainda que “nunca sequer houve uma discussão aprofundada” na altura em que esteve a dirigir o sector dos petróleos e que percebeu havia que iria enfrentar “alguns obstáculos” para a materialização das ideias, optando por“acalmar as coisas”. “Na verdade, uma das grandes tristezas, como responsável pelo Ministério dos Petróleos durante seis anos, foi não ter conseguido deixar uma refinaria em funcionamento. Poderia não tê-la deixado completamente operacional, mas ao menos ter avançado com a construção, o que infelizmente não aconteceu”
Albina Assis confessou ainda admirar a “coragem” de João Lourenço, no combate à corrupção por considerar “não ser fácil, nem linear e muito menos imediato”.
Albina Assis contou já ter sido alvo de uma tentativa de corrupção, quando alguém lhe ofereceu um milhão de dólares para desviar o designer de uns blocos de petróleo com o objectivo de obter mais campos de exploração. “Respondi que lamentava, mas ainda não tinha preço. Talvez um dia tenha um preço”. No entanto, a ex-ministra recuso revelar quem tentou suborná-la.
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