Alienação da Sonair condicionada
A administração da Sonangol está a considerar atrasar a alienação da Sonair, por problemas técnicos ligados à frota de helicópteros, antecipou ao VALOR fonte da empresa que aponta, na base da decisão, o risco de depreciação do preço de venda.
A venda da Sonair consta do ‘plano de regeneração’ anunciado pela Sonangol, mas a frota de helicópteros do tipo Super Puma (H225 e L2), que representa mais de 60% dos helicopteros da aviadora, “apresenta problemas estruturais insanáveis”, detectados após o acidente em Abril de 2016, na Noruega, e que resultou na paragem mundial (‘grounding’) das aeronaves deste tipo.
A paragem afectou, sobretudo, a capacidade da Sonair de prestar serviços de Asa Rotativa (helicóptero) às petrolíferas, que dependiam deste meio para o transporte de tripulações para as plataformas offshore.
“Se vendermos hoje, vai ser a um ‘preço de ginguba’. A Sonair tem um tipo de helicóptero (que é a maior frota da companhia) que infelizmente é problemático. Depois do acidente, decidiu ficar em terra. Houve um trabalho por parte do fabricante, e que recentemente chegou a conclusão de que o problema é mesmo de estrutrural, que não há como reparar este problema”, insitiu a fonte, detalhando os constrangimentos por que passa a aviadora da Sonangol.
Outro factor que concorre para o adiamento da venda está ligado ao facto de a Sonangol e as companhias de aviação luxemburguesa, Helicónia, e a canadiana CHC, terem assinado, a 1 de Agosto, o memorando de entendimento para a regeneração da Sonair.
O memorando compreende duas fases. A primeira abarca a avaliação interna completa da Sonair em termos de organização, processos e sistemas, enquanto a segunda poderá, após análise, ditar a formação de um consórcio entre aquelas empresas estrangeiras e a companhia de aviação da Sonangol, visando fundamentalmente o relançamento das suas actividades.
A Sonair é uma empresa de aviação detida pela petrolífera estatal, possui 50 aeronaves, 27 das quais fazem parte da Asa Rotativa – os helicópteros. Os restantes 23 são aviões, que, anualmente, transportam uma média de 20 mil passageiros.
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