Alta tensão após ataque à Síria
MÉDIO ORIENTE. Donald Trump ordenou um ataque de surpresa à Síria e agitou ?o mundo. Rússia, China e Irão manifestaram-se contra. O mundo ocidental ?apoia. Os preços do petróleo e do ouro dispararam.
Era madrugada em Angola quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou os ataques à Síria, provocando a morte de cinco oficiais, nove civis e a destruição da base perto da cidade de Homs. Horas depois, durante todo o dia de sexta-feira, os preços do petróleo e do ouro dispararam, com os economistas a prever oscilações de preços para durante esta semana. De madrugada, o preço do barril ‘saltou’ dos 51,66 dólares para os 52,80 dólares. O grama de ouro disparou de 37,70 euros para os 38,20 euros.
Já havia sinais, horas antes, que o líder norte-americano tinha intenções de mudar radicalmente a política que vinha defendendo e que até criticou a anterior administração dos EUA.
O governador de Homs garante que a base era utilizada para combater o Daesh e quem, por isso, o ataque “colocava em causa a luta contra o terrorismo”. Donald Trump justificou o ataque como “resposta ao ataque químico”. Três dias antes, na semana passada, um ataque químico, alegadamente da autoria das forças leais ao presidente Bashar Al-Assad, tinha feito mais de 80 mortos. Nessa altura, Trump classificou o ataque “bárbaro” e “um assassinato cruel de muitas pessoas”. De imediato, admitia que os EUA poderiam passar a ‘linha vermelha’, o limite que ele próprio definiu para usar a força e classificando o presidente sírio como um homem “impossível de controlar”.
O ataque dos EUA, com o lançamento de 59 mísseis, provocou de imediato reacções em todo o mundo e aconteceu precisamente no momento em que Donald Trump recebia, pela primeira vez, o presidente chinês, Xi Jinping, nos EUA.Os dois dirigentes discutiram as relações comerciais, num encontro que era previsto ser tenso. Durante a campanha eleitoral, Donald Trump acusou a China de “roubar empregos aos norte-americanos”, com a sua política de produzir muito, usando mão-de-obra barata.
A China prontificou-se a condenar o acto de Trump. O jornal oficial chinês escreveu que os EUA quiseram “marcar a sua autoridade” e que a “pressa e inconsistência” deixou “uma marca profunda”.
A reacção mais violenta partiu da Rússia. O presidente Vladimir Putin pediu, de imediato, uma reunião do Conselho de Segurança da ONU e condenou o ataque, definindo-o como “uma agressão contra uma nação soberana, com base num pretexto inventado”. Moscovo garante que o exército sírio não usa armas químicas e que a decisão de Trump “criou um sério obstáculo à aliança internacional que combate” os radicais islâmicos na Síria. Em comunicado, Putin avisou que o ataque provoca “danos significativos nos laços entre os EUA e a Rússia, que já estavam num estado deplorável”.
Com a Rússia e a China do outro lado da barricada, os EUA recolheram apoios do Reino Unido, com “um apoio total”, da Austrália, Israel, Arábia Saudita, Turquia, Japão e União Europeia.
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