Com a RDC

Angola analisa repatriamento de refugiados

As autoridades angolanas e congolesas estão hoje (27) reunidas em Kasai, República Democrática do Congo (RDC), para estudar o início do repatriamento dos mais de 30 mil refugiados do país vizinho que desde Março estão em Angola.

Muangala

Os governadores da Lunda-Norte, Ernesto Muangala, e congolesa de Kasai, Marc Dambo, orientam a reunião, depois de realizado, na quarta-feira, o encontro de peritos. Em declarações à RNA, o delegado do Ministério do Interior na Lunda-Norte e coordenador da comissão técnica, comissário Alfredo Lourenço, disse que “há um grande interesse” da parte congolesa para o regresso dos seus cidadãos.

Segundo o responsável, as autoridades do país vizinho começaram já a dar os primeiros passos para que isso se efective, convidando o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) a abrir escritório no Kasai.

"E, logo a seguir, criarem as condições de recepção dos refugiados com a criação do centro de deslocados, neste caso", disse. Alfredo Lourenço referiu que foi igualmente questionada qual a situação política e militar neste momento na região, afectada por conflitos provocados pelas milícias de Kamwina Nsapu, que levaram à fuga de milhares de refugiados, na sua maioria mulheres e crianças.

"Também queríamos saber, com uma certa profundidade, a situação político-militar de Kasai, se, por acaso, ainda continuavam as bolsas das milícias, mas, com muita profundidade, conseguimos saber que a situação é efetivamente estável, fundamentalmente ao longo da nossa fronteira e a um raio bastante significativo no interior do Kasai", salientou.

O responsável angolano avançou que o interesse de regresso manifestado pelas autoridades congolesas não interfere em nada no programa de Angola de transferência dos refugiados, dos centros provisório de Cacanda e Mussungue, na cidade do Dundo, capital da Lunda-Norte, para o novo campo de reassentamento de Lóvua, a 90 quilómetros.

Acrescentou que o processo de repatriamento poderá levar entre quatro e seis meses, pelo que as autoridades angolanas mantêm este programa.