Angola ignora ameaça da Arábia Saudita e volta a desrespeitar acordo
Angola voltou a produzir, em Agosto, acima da quota a que tem direito no âmbito do acordo de corte da produção alcançado em Abril pelos parceiros da OPEP+, apesar da ameaça da Arábia Saudita de inundar os clientes da produção angolana com petróleo a baixo preço.
De acordo com os dados da OPEP, referindo-se a fontes primárias, a produção média diária de Angola foi de 1.266 mil barris, menos nove mil barris comparativamente à produção de Julho, e mais 11 mil barris por dia, comparativamente à quota atribuída de uma média diária de 1.249 mil barris entre Julho e Dezembro.
O incumprimento vai ao encontro de depoimentos de altos quadros do sector dos petróleos ao VALOR na sequência do destaque da edição 225, ressaltando o posicionamento da Arábia Saudita.
“A Arábia Saudita sabe que não poderá fazer isso, porque a venda do petróleo de Angola é feita através de acordos de longo prazo”, assegurou um responsável do Ministério dos Petróleos, justificando a confiança com o “acordo de longo prazo com a China, que compra mais de 60%, para pagamento da dívida”.
“A China sabe que não pode deixar de comprar o nosso petróleo porque senão não pagamos a dívida”, acrescentou. Questionado sobre a quota destinada para outros clientes, a fonte volta a reforçar a confiança de Angola, sublinhando que “parte considerável do petróleo do Estado vai para pagamento”.
A fonte garante não existir o risco de as companhias que operam no país serem prejudicadas caso a Arábia Saudita avance com a promessa “porque as companhias não têm nada que ver com o posicionamento do Estado”.
Angola está obrigada não só a cortar na produção no sentido de alcançar a quota determinada pelo acordo, como também compensar o excesso da produção desde a entrada em vigor do acordo em Maio. Nos dois primeiros meses, deveria produzir 1.180 mil barris por dia, mas produziu sempre acima desta cifra. Em Maio, produziu, em média, 1.222 mil barris e, em Junho, 1.230 mil barris.
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