Angola perde no mínimo 1.514 milhões USD com corte na produção
PETRÓLEO. Nos primeiros dois meses do acordo, Angola terá de reduzir cerca de 180 mil barris/dia o que em termos de receitas brutas diárias representa um défice de cerca de 162 milhões de dólares por mês.
Cerca de 1,5 mil milhões de dólares é a receita bruta que Angola perde com o acordo de corte na produção petrolífera alcançado pela OPEP+, se o preço médio do barril se mantiver nos 30 dólares e o acordo não sofrer alteração até Abril de 2022.
A luz do acordo, nos meses de Maio e Junho, Angola terá de produzir 1.180 milhões de barris dias, significando uma redução na ordem de 180 mil barris por dia, quando comparada com a produção média prevista para este ano, que é de 1.360 mil barris por dia.
Ao preço de 30 dólares por barril, o corte representaria um défice nas receitas brutas de cerca de 162 milhões de dólares por mês ou 324 milhões nos dois meses (Maio e Junho). Caso a produção se mantivesse nos 1.360 mil barris/dia, a receita bruta diária seria de 40,8 milhões de dólares, correspondendo a 1.224 milhões por mês. Nestes termos, a receita bruta acumulada entre Maio e Junho seria de 2.448 milhões de dólares. Com a produção de 1180 milhões de barris, esta receita será de 2.124 milhões
Num segundo momento do acordo, no período que vai entre Julho e Dezembro, a produção de Angola estará fixada em 1.249 mil barris por dia, representando uma redução de 111 mil barris/dia. Em termos de receias brutas diárias, a diferença será de 3.330 mil dólares, o que fixaria em cerca de 599,4 milhões de dólares a perda em receitas brutas, com a venda do petróleo entre Julho e Dezembro de 2020.
Portanto, no global, ao longo dos primeiros oito meses do acordo, o défice nas receitas brutas petrolíferas será de cera de 923,4 milhões de dólares. Mas restam os outros dezasseis meses, visto que o acordo vai até Abril de 2022.
Entre Janeiro de 2021 e Abril de 2022, a quota de produção de Angola é de 1.319 mil barris, significando uma redução de 41 mil barris/dia, face à produção prevista para 2020 de 1.360 mil barris por dia.
Em termos de receita brutas diárias, o défice seria de 1.230 milhões de dólares. Ao longo dos 16 meses, este défice somaria cerca de 590.4 milhões de dólares que, somando-se ao défice de 923,4 milhões dos primeiros oito meses, fixa as perdas em receitas brutas globais em cerca de 1.514 milhões de dólares.
E se se cumprir os pressupostos do PDN
O défice provocado pelo corte na produção, à luz do acordo, pode ser sobretudo nos últimos seis meses, considerando a aposta do Governo de alcançar em 2022 uma produção média diária de 1.490 mil barris. Assim, face à produção imposta pelo acordo, seria de 310 mil barris/dia. E considerando a média de produção de 2020, 1.360 mil barris, a diferença seria de mais 130 mil barris/dia.
Entre Janeiro e Abril de 2022 o défice nas receitas brutas poderia aumentar para cerca de 3,9 milhões por dia, correspondente a 468 milhões de dólares durante os quatro meses. Ou seja, o acordo pode provocar perdas de cerca de 1,9 mil milhões de dólares se o preço do barril se mantiver a 30 dólares e o acordo permanecer nos moldes acertado até Abril de 2022.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...