Angola pode ser forçada a compensar incumprimento já
PETRÓLEO. País não respeitou quota nos três primeiros meses do acordo que iniciou em Maio. Inicialmente, considerou-se a possibilidade de a compensação ser feita apenas no final do ano ou ao longo da vigência do acordo que vai até Abril de 2022.
Angola e os demais membros da OPEP+ que não cumpriram o acordo de corte na produção correm o risco de se ver obrigados a compensar até Setembro, contrariamente às garantias dadas em Junho, segundo as quais os incumpridores poderiam fazê-lo até ao final do ano.
Depois de não ter cumprido a quota a que tem direito nos primeiros dois meses de vigência do acordo (Maio e Junho), Angola voltou a fazer parte do grupo de violadores em Julho, produzindo 1.275 mil barris por dia, quando, para o período Julho/Dezembro, a quota atribuída é de 1.249 mil bpd.
Segundo decisão atribuída ao grupo OPEP+, mas que ainda não é oficial, o grupo de países incumpridores tem de compensar com um corte equivalente a 1,15 milhão de bpd em dois meses ou 2,31 milhões de bpd em um mês.
Além de Angola, fazem parte dos incumpridores países como a Nigéria, Iraque e a Arábia Saudita, que têm, até ao fim da próxima semana, para apresentar os respectivos planos de produção actualizados para Agosto e Setembro, segundo a Reuters, citando fontes da OPEP.
À luz do referido acordo, que entrou em vigor em Maio, a produção média de Angola seria de 1.180 mil tanto em Maio como em Junho, mas esteve sempre acima. Em Junho, foi de 1.230 mil, representando um aumento de oito mil barris, comparativamente a Maio, em que a média de produção foi de 1.222 mil barris, de acordo com os dados da OPEP baseados nas fontes primárias.
Desde Junho que era sabido que os incumpridores teriam de compensar, com ajustes na produção, mas, na altura, aventou-se a possibilidade de poderem cumprir apenas no final do ano ou ao longo da vigência do acordo que vai até Abril de 2022.
“Angola diz que vai compensar nos últimos quatro meses do ano. Eles queriam que Angola começasse a compensar em Julho, mas Angola disse que ainda não conseguiria”, comentou, por exemplo, em Junho, José Oliveira ao VALOR, atribuindo a preferência de Angola aos preços actuais. “Como os preços estão muito baixos, a parte da produção que vai para a concessionária é muito baixa e há os compromissos que Angola tem.”
Para o terceiro e último período de vigência do acordo, que começa em Janeiro de 2021, a quota atribuída a Angola é de 1.319 milhões de barris por dia, visto que o corte global será de seis milhões de barris por dia.
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