Angola reduz dívida às companhias aéreas
A dívida de Angola às companhias aéreas estrangeiras, em fundos bloqueados, desceu mais de 100 milhões de euros até Junho, mas ainda é a segunda mais elevada do mundo, informou hoje (5) a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
Em causa estão fundos das companhias com origem na venda de passagens aéreas que depois não conseguem repatriar, no caso de Angola devido à forte crise económica, financeira e cambial que o país atravessa desde finais de 2014. A situação levou Angola a acumular uma dívida, em fundos bloqueados - depositados em moeda angolana nos bancos nacionais e que aguardam autorização para repatriamento, em divisas -, até um "pico" de mais de 500 milhões de dólares, conforme reconhece a IATA.
No último balanço daquela organização, disponibilizado hoje, o presidente do conselho de administração da IATA, Alexandre de Juniac, refere que a Nigéria regularizou os 600 milhões de dólares que tinha em fundos bloqueados às companhias aéreas, enquanto Angola reduziu o montante que tem em dívida em 120 milhões de dólares. "Encorajo o Governo de Angola a trabalhar com as companhias aéreas para ajudar a reduzir ainda mais este atraso", disse Alexandre de Juniac.
Segundo a IATA, a Venezuela lidera destacada os fundos bloqueados às companhias aéreas, com 3.780 milhões de dólares a aguardar repatriamento, seguido de Angola, com 386 milhões de dólares, face à saída da Nigéria desta lista. Surgem depois países como o Sudão, com 170 milhões de dólares bloqueados, o Bangladesh, com 95 milhões de dólares e o Zimbábue, com 76 milhões de dólares.
Aquela organização estima que no final de 2017 estavam bloqueados, em 16 países, cerca de 4.900 milhões de dólares de fundos que as companhias aéreas não conseguiam repatriar, uma quebra de 7% face aos indicadores do ano anterior.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...