EMPRESA TENTA RECUPERAR EX-CLIENTES DA REDE FIXA

Angola Telecom avança com serviço de 4.ª geração

TELECOMUNICAÇÕES. Medida também faz parte do plano de recuperação da rede de residências. Nos últimos oito anos, Angola Telecom perdeu 75% dos clientes, passando de 200 para 50 mil.

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Numa tentativa de recuperar o número de clientes da rede fixa, a Angola Telecom vai lançar, brevemente, um novo serviço de telefone fixo sem fios de quarta geração, denominado LTE, anunciou recentemente o coordenador da Comissão de Gestão, Eduardo Sebastião.

A medida também faz parte do plano de recuperação de clientes residenciais, que engloba a reabilitação da rede de acesso que, nalguns casos, foi vandalizada e destruída pelas obras de construção civil em todo o país. A introdução deste serviço visa cobrir as zonas onde não for possível recuperar a rede física.

Eduardo Sebastião espera que, com esses investimentos, cujos custos não foram quantificados, “possa levar a empresa para um outro patamar”, recuperando o número de clientes e “crescer ainda mais”. Nos últimos oito anos, a Angola Telecom registou uma queda de clientes na ordem dos 75%, passando de 200 para 50 mil, segundo dados recentemente revelados, ao VALOR, por Bartolomeu Pereira, o director comercial da operadora pública.

A perda de mercado, segundo o gestor, é justificada pelo “fenómeno global no mercado de telecomunicações”, com destaque para a retracção e a falta de utilização da telefonia fixa, o que leva a empresa a preparar-se também para a oferta de serviços integrados para “resgatar clientes”.

A empresa já opera com telefones sem fios nos sistemas CDMA e IMAX. Em Luanda, foi desactivado o sistema Imax para dar lugar a um novo, mas, de acordo com Eduardo Sebastião, “em algumas províncias, a maior quota de receitas provém da rede sem fios CDMA, o que leva a concluir que estas duas redes não vão ser desactivadas tão cedo, visto que trazem receitas”.

Recentemente, foi atribuída à companhia uma licença global que permite voltar a operar como terceira operadora de telefonia móvel. A operação aguarda alienação dos 45% das acções, enquanto decorre a avaliação patrimonial da empresa. A entrada do futuro accionista deverá relançar a telefonia móvel.

Embora o investimento para o arranque da operadora móvel venha a ser determinado com o futuro parceiro, Eduardo Sebastião estima entre 200 e 400 milhões de dólares a despesa necessária para a operação.

Eduardo Sebastião coloca as dívidas para com a empresa acima dos 10 mil milhões de kwanzas, recordando que, entre os devedores, se destacam instituições e empresas públicas. Operadores privados e singulares representam parte da dívida. Paralelamente à cobrança da dívida, o gestor coloca, entre as prioridades, a redução dos custos operacionais, estimados em 130% acima das receitas, com a meta de redução a ser projectada num rácio de 70% até ao fim do ano.

A Angola Telecom possui várias participações noutras empresas, como a TV Cabo (50%), Multitel (30%), Angola Cable (51%) e Movicel (18%).