Angola tem 7,8 milhões de contas bancárias abertas
BANCARIZAÇÃO. Dados da última inspecção do Banco Nacional de Angola à banca comercial apontam para a existência de 7,8 milhões de conta bancária abertas em todo sistema, para um universo de quase 15 milhões de pessoas adultas. A meta é chegar aos 60% de taxa de bancarização da população em 2017.
A taxa de bancarização da população alcançou, este ano, a marca de 52%, correspondente a 7,8 milhões de contas bancárias abertas, num universo de 14,8 milhões de pessoas adultas acima dos 15 anos, de acordo com números do Banco Nacional de Angola (BNA), recolhidos da última inspecção à banca comercial.
Divulgado na última semana pela direcção para educação e inclusão financeira do banco central, o processo de bancarização da população consta de uma estratégia iniciada em 2013 e visa alcançar, até 2017, cerca de 60% da população adulta, em conformidade com os critérios internacionais para inclusão finaceira.
“Esses são os nossos níveis de taxa de bancarização”, assegura Avelino dos Santos, director para educação e inclusão financeira do banco central, sublinhando que “nem todas as contas bancárias entram para aquilo que são os critérios para taxa de bancarização”.
Para o BNA, os números vão aumentar, já que, trimestralmente, o regulador faz avaliação aos níveis de evolução do sistema. “Temos acompanhado a evolução do sistema.O que nos interessa é o âmbito da inclusão financeira, para conseguir que, cada angolano, essencialmente adulto, possa ter uma conta bancária”, garante o regulador.
Os desafios da bancarização da população angolana são anteriores às administrações de Valter Filipe e de José Pedro de Morais Júnior no comando do Banco Nacional de Angola. Na ‘Era’ de José de Lima Massano, veio a introdução do programa de inclusão financeira através do programa ‘Bankita’, que consiste na abertura de contas a partir dos 100 kwanzas, e que aumentaram a bancarização.
Actualmente, a estratégia prossegue e conta com as experiências da Aliança para Inclusão Financeira (AFI) e de vários países africanos. “É uma matéria extremamente nova por nós trabalhada, temos nos apoiado muito na Aliança para Inclusão Financeira”, reconhece o banco central, através do seu gabinete para o efeito.
Também contam para o processo de inclusão financeira os bancos comerciais. Aliás, são estes que fornecem os dados para a compilação das estatísticas do que é actualmente o sistema bancário nacional, segundo Avelino dos Santos, que reconhece haver dificuldades na colecta de informações no sistema. “Não é fácil, porque temos que mexer nos aplicativos das instituições financeiras, para que consigamos ter parte desse reporte que tem de chegar ao BNA, para consolidar a informação da inclusão financeira”, admite.
BANCARIZAÇÃO CASO A CASO
Do trabalho de José Massano, seguido por Pedro de Morais e agora Valter Filipe, já se pode assinalar o acesso aos serviços financeiros em larga extensão geográfica nacional e a considerável penetração. O que não foi “possível apurar” pelas três administrações do banco central é o quanto de crédito e depósito já movimentou no sistema.
“Apenas um ponto é um pouco mais difícil é o cálculo da utilização dos depósitos e créditos que são concedidos à população relativamente ao sector privado”, aponta o banco central.
Nem todos os serviços financeiros tiveram igual posicionamento e penetração geográfica. Se para alguns casos o BNA já conseguiu apurar, para outros a “situação é crítica”.
De acordo com os dados do BNA, estão disponíveis e operacionais apenas 51 Terminais de Pagamento Automáticos (TPA) por cada 1000 km quadrados, duas caixas de pagamentos automáticos (ATM, na sigla em inglês), por cada 1000 km quadrados, e uma agência bancária igualmente por cada mil quilómetros quadrados.
Em termos de utilização, por número de pessoas, estão registados 817 TPA, por cada 100 mil pessoas, 37% de ATM por cada 100 mil pessoas e apenas 19 agências bancárias, por cada 100 mil pessoas.
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