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Transferência de animais deve iniciar-se em Novembro

Angola vai receber 40 elefantes da África do Sul

REPOVOAMENTO ANIMAL. Processo de transferência está a ser coordenado pelo Ministério do Ambiente e conta com o apoio de ex-militares sul-africanos. Mamíferos vão repovoar parques no Cunene, Kuando-Kubango e Huíla.

elefantes

O Ministério do Ambiente vai proceder, em Novembro deste ano, à transferência para Angola de, pelo menos, 40 elefantes provindos da África do Sul e deverá contar com o apoio do Fórum dos Combatentes da Batalha do Cuito Cuanavale (FOCOBACC) e ex-militares sul-africanos (SADF).

Os elefantes terão como ponto de recepção o município do Cuito Cuanavale, para posterior repovoamento nos parques do Kuando-Kubango, do Mupa (Cunene) e Bicuar (Huíla). Desde a semana passada, os ex-militares sul-africanos, de uma organização denominada ‘Equipa Unidade e Amizade’, acompanhados por peritos do Ministério do Ambiente, estão a trabalhar na preparação do processo.

O responsável do projecto de transferência, Jasper Cloete, avançou, à imprensa, que, numa primeira fase, serão levados 10 elefantes ao Kuando-Kubango a título definitivo, que contarão com 20 fiscais ambientais que irão aferir a adaptação dos animais ao novo habitat. Segundo Jasper Cloete, para que o projecto se torne uma realidade, será necessário que sejam desminados entre mil e 10.000 hectares para o repovoamento de animais, sobretudo de elefante, bem como a criação de fazendas de caça.

Considerou ser um projecto que não irá apenas trazer benefícios no que diz respeito à transferência de elefante, mas também abrirá oportunidades de emprego para 80 jovens nas referidas regiões. Dentro do projecto, explica, não se vai apenas estabelecer a protecção dos animais, mas abranger indústrias, campos agrícolas, fazendas, parques para a criação de animais, entre outros projectos, visando proporcionar o desenvolvimento socioeconómico da província.

Recordou que Angola é o principal alvo da caça furtiva nos últimos anos, perdendo cerca de 10% dos elefantes anualmente, daí a necessidade urgente de se ter áreas de protecção ambiental. Por isso, defendeu a necessidade de se criar um ambiente em que a população participe do projecto, para que haja simbiose na protecção dos animais para se combater a caça furtiva.

Lembrou que, há 60 anos, Angola possuía maior concentração de elefantes no continente africano e circulavam sem nenhum impedimento nos países vizinhos, sublinhando que as reservas naturais são muito importantes para o desenvolvimento do turismo.

Para o responsável, o Produto Interno Bruto (PIB) angolano proveniente do turismo está, em média global, nos 19 a 20% e com um ecoturismo mais estabelecido, o que pode atrair mais turistas estrangeiros para Angola nos mais variados sectores. Informou que, antes de se trazerem os animais, foi necessário, primeiro, interagir com a comunidade local, por serem os parceiros do Governo, passando informações dos benefícios a serem obtidos com a execução do importante projecto.