ANGOLA GROWING
RESULTADOS DA MULTINACIONAL BRITÂNICA EM 2015

Angola vale 19% nas contas da BP

PETRÓLEO. Com 755 trabalhadores nacionais, a petrolífera britânica admite considerar novas oportunidades de investimento, mas avisa que preços entre os 50 e 60 dólares por barril não estimulam.

 

A exploração petrolífera da multinacional britânica BP, em Angola, representou aproximadamente 19% da produção líquida total da companhia, que se tornou num dos maiores investidores estrangeiros com mais de 29 mil milhões de dólares, aplicados até finais de 2015, revela o relatório de sustentabilidade da empresa.

Com operações nos blocos 18,19,24 e 31, que, no conjunto, permitiram uma produção média de 320 mil barris por dia, a petrolífera conta também com investimentos nos blocos 15,17,20 e 25, bem como na fábrica Angola LNG com uma participação de 13,6 %.

O relatório refere os atrasos no desenvolvimento dos recursos de gás, mas avança que a companhia continua a considerar novas oportunidades, prevendo, no imediato, o reforço e o controlo dos poços, a segurança dos processos (redução de incêndios e queima) e a responsabilidade dos fornecedores, além de antecipar “um seguimento rigoroso das perdas de contenção primárias nos poços e operações”.

A BP contabilizou, em 2015, sete derrames “de pequenas proporções”, totalizando no conjunto aproximadamente 4.773 litros, o equivalente a 30 barris, situação que antecipa “melhorias na integridade” das actividades “a fim de se evitar tais situações”. As emissões de gás com efeito estufa alteraram para os 2.997 toneladas de dióxido de carbono, facto agravado pelo encerramento prolongado da fábrica Angola LNG que obrigou a injecção de parte do gás em reservatórios que, entretanto, atingiram a saturação. A outra parte foi queimada.

Os gastos com os fornecedores locais, em 2015, fixaram-se nos 1,16 mil milhões de dólares, forçados sobretudo pelas contas dos blocos 18 e 31. As despesas concorreram para o apoio a cerca de 15 mil empregos, por via da contratação de prestadoras de serviço, ao passo que 6,4 milhões de dólares foram canalizados para programas comunitários.

 

320 MIL BARRIS/DIA

A BP atingiu a produção de 320 mil barris por dia, segundo o diretor-geral adjunto da companhia, em Angola, pelo facto de a petrolífera não ter registado paragens não previstas nos blocos 18 e 31.

Helder Silva acrescentou que “os níveis de eficiência operacionais são os mais desejados”, registando, nesta altura, cifras de 93% no campo ‘Great Plutónio’ e 97% no campo PSVM. Sem especificar os números, o gestor indicou que “os custos operacionais e de capitais registaram um certo declínio”.

Hélder Silva classificou com “bom facto” a tendência de subida do preço do petróleo, há duas semanas, mas avisou que valores entre os 50 e 60 dólares são insuficientes para viabilizar os projectos em carteira.

Fruto de reformas empreendidas desde 2014 que implicaram “simplificação de processos”, redução de pessoal, integração das actividades dos blocos 18 e 31 e renegociação de contratos, os custos de produção do barril de petróleo baixaram dos 18 e 31 dólares, nos dois blocos, para os oito dólares.

Quanto ao futuro, a companhia estima manter o custo operacional num máximo de nove dólares por barril até 2020, “tendo em conta que os níveis de produção poderão baixar, apesar da redução dos custos operacionais”.

A BP é uma das empresas líderes mundiais do sector do petróleo e gás, que opera em 70 países. Em Angola, a companhia emprega 954, dos quais 755 são nacionais.