Angolana cria marca própria de cosméticos
Cosméticos. Criou uma marca e produz cosméticos à medida do cabelo dos clientes. Agora, procura um apoio de cinco milhões de kwanzas para melhorar a produção e adquirir mais equipamentos.
Mónica Guimarães Bala sonha tornar-se esteticista de cabelo, desde que aprendeu a produzir cosméticos com a avó. Dona de uma marca que ela já registou, a ‘Cabeluda’, e a produzir quatro tipos diferentes de cosméticos, ainda de forma artesanal em casa, calcula precisar de três a cinco milhões de kwanzas para a aquisição de equipamentos e expandir o negócio.
Com 24 anos de idade, Mónica Bala sonha ser empresária de sucesso e ver a sua marca a ganhar sucesso. Por isso, precisa de fazer um investimento para a compra de máquinas, bicarbonato e outros ingredientes essenciais para produzir cosméticos. Em casa, com um liquidificador e uma varinha mágica, produz champô, óleos hidratantes de coco, gengibre, beterraba e cenoura.
Há dois anos, fez o primeiro investimento, começando por gastar 150 mil kwanzas. Em um mês, obteve um lucro de 50 mil kwanzas. Acredita que o sucesso da altura foi decisivo para dar continuidade ao projecto. “Acho que se eu não tivesse lucro ou se o meu dinheiro não saísse, não continuaria”, admite. Vende os produtos que fabrica em ‘kits’. Cada um deles custa 10 mil kwanzas e é composto por cinco produtos (champô, creme hidratante, máscara, óleo e touca).
Garante que não vende os seus produtos sem antes ter estabelecido um contacto com o cabelo da cliente, porque precisa de avaliar o tipo de cabelo. Só a partir daí, determina a dosagem a usar na composição do produto. Também faz dosagem para crianças.
Dos seus clientes, diz só receber incentivos para continuar e garante nunca ter tido qualquer reclamação ou queixa por ter algum produto contrafeito. “Desde que comecei não recebi ainda nenhuma reclamação, e garanto que os meus produtos fazem muito bem a todo o tipo de cabelo”, justifica.
PAIXÃO DA FAMÍLIA E INFLUÊNCIA DA COVID
Mónica Bala aprendeu com a mãe e com a avó as receitas sobre as misturas e os produtos que devem ser usados na composição dos cosméticos. “Criar produtos e cuidar do cabelo é quase uma tradição na família, mas nunca ninguém chegou a vender, até que comecei e criei a marca ‘Cabeluda’”, conta.
A pandemia da covid, com a obrigação do confinamento, foi decisiva para Mónica Bala mudar a vida. Em 2020, começou a dedicar-se, de forma profissional, a produção dos cosméticos. Quando não se podia sair de casa, a jovem empresária começou a produzir óleos, que ela própria aplicava sobre o cabelo. Começou a fazer fotos para depois postar nas redes sociais e assim iniciou o negócio, respondendo às solicitações de quem gostava dos produtos. Apesar de ter aprendido com os familiares, Mónica Bala tem feito formações para aperfeiçoar as competências e para aprender a gerir o negócio enquanto procura constituir a empresa.
A matéria-prima dos seus produtos é adquirida, essencialmente, nos mercados informais. “Do que uso o arroz, coco, cenoura, gengibre e beterraba compro na praça do Tunga, o alecrim, cravo da Índia e o anis estrelado é que são muitos difíceis e tenho de procurar nos supermercados”, considera.
Compra os recipientes de vidro na Vidrul, enquanto os de plástico são adquiridos a retalho nos mercados informais, porque não encontra lojas a vender o modelo que precisa.
Com o negócio a andar, ainda procura apoios e acredita que até pode fabricar os próprios recipientes, seguindo os modelos que ela já desenhou.
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