Apreendidos mais de 50 cartões de crédito do kwenda
CRIME. Redes de falsificação de dinheiro, principalmente dólar norte-americano, foram desmanteladas na Huíla e Luanda, quando no Cunene dois jovens foram detidos com cartões de crédito, afectos ao programa de transferências monetárias, para as famílias mais vulneráveis.
Pelo menos 58 cartões de crédito e mais de 500 mil kwanzas, do Programa de Fortalecimento da Protecção Social de Transferências Sociais Monetárias, conhecido também por Kwenda, foram aprendidos pela Polícia Nacional, no Cunene.
Os cartões, de acordo com o porta-voz provincial da Polícia, Nicolau Tuvecalela, terão sido usados de “forma abusiva”, por dois indivíduos, de entre 31 e 17 anos, o que precipitou o accionamento da Polícia. Os detidos foram surpreendidos na via pública, em Ondjiva, capital do Cunene, e encontram-se a contas com a justiça.
O Kwenda é um programa do Governo criado com a intenção de apoiar famílias vulneráveis e em situação de pobreza em todo o país. Abrange quatro componentes ligadas a Transferências Sociais Monetárias, nomeadamente inclusão produtiva, municipalização da acção social e, por último, o reforço do cadastro social único.
Avaliado em 420 milhões de dólares, é financiado em 320 milhões de dólares pelo Banco Mundial, sendo os outros 100 milhões de dólares assumidos pelo Executivo angolano. A execução do programa, que tem a duração de três anos, está sob responsabilidade do Fundo do Desenvolvimento Local (FAS).
Já na Província da Huíla, a Polícia Nacional deteve nove indivíduos, na posse de 960 mil dólares falsos, que supostamente pretendiam introduzir no sistema financeiro local. Com idades entre os 37 e 45 anos, os indivíduos estarão integrados numa rede criminosa de falsificação de valores, de acordo com a Polícia.
O porta-voz da Polícia, na Huíla, inspector-chefe Fernando Tongo, explicou que os indivíduos foram surpreendidos no interior de uma residência no bairro Lucrécia, cidade do Lubango. Os valores foram encontrados com os acusados num saco com nove lotes de 100 mil dólares cada um e 30 mil separados, ao passo que os outros 30 mil estavam numa caixa de telemóvel, numa residência do município da Humpata.
As detenções foram realizadas pelo Departamento Provincial de Investigação de Ilícitos Penais, em coordenação com a Unidade de Reacção e Patrulhamento (URP). Fernando Tongo contou que os suspeitos, juntamente com duas senhoras residentes em Luanda e no Lubango, foram detidos no momento em que traçavam estratégias para introduzir o dinheiro falso no mercado, para depois obter notas verdadeiras.
O dinheiro falso, que supostamente saiu de Luanda e Benguela, pertence alegadamente a um cidadão nigeriano, que terá prometido aos detidos uma recompensa de 480 mil dólares, caso o crime se consumasse.
Para já, as diligências, garante o porta-voz da Polícia, prosseguem para a localização e detenção do suposto fornecedor, residente em Luanda, e de outras pessoas envolvidas, pois trata-se de uma “rede compacta”.
Entretanto, o Comando Provincial de Luanda da Polícia também apresentou, recentemente, um grupo de seis pessoas, envolvidas na introdução de 20 mil dólares em notas falsas. Com idades entre os 39 e 59 anos, foram detidos em flagrante quando alegadamente colocavam em circulação o dinheiro falso, e já em posse de 241 mil kwanzas, resultante da venda de notas falsas.
Neste caso, nomes de cidadãos nigerianos também vêm à baila. Aliás, a Polícia explicou que o grupo tinha a missão de colocar no mercado nacional, em quantidades de até 50 mil dólares, notas falsas provenientes da Nigéria. Depois da introdução, com êxito, de dólares falsos no mercado, por via da qual conseguia, dólares verdadeiros, o grupo transferia 50% de cada valor arrecadado para a Nigéria, onde se encontra o fornecedor de notas falsas, detalhou o porta-voz da Polícia, em Luanda, Nestor Goubel, garantido que todos encontram-se a contas com a justiça.
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