LENNART KILLANDER LARSSON, EMBAIXADOR DA SUÉCIA EM ANGOLA

“As empresas suecas não vão investir nas companhias do Estado”

25 Oct. 2023 Grande Entrevista

Ex-jornalista e diplomata, Lennart Killander Larsson acredita que a facilitação dos vistos para Angola vai abrir portas a estrangeiros e investidores. Mas crítica o excesso de burocracia angolana. Defende que Angola deve apostar mais numa educação e na saúde de qualidade, que possam proporcionar quadros devidamente qualificados e saudáveis. Alerta ainda que o país só crescerá se tiver uma economia diversificada, mas que aposte em África.

“As empresas suecas não vão investir nas companhias do Estado”

Como é que analisa a cooperação com Angola em mais de 50 anos?

A relação está muito boa. Como se sabe, a Suécia foi dos primeiros países a reconhecer a independência de Angola, mas o trabalho entre os dois países começou em 1970 com apoio humanitário e depois tivemos uma relação forte no apoio ao desenvolvimento. A terceira fase é o comércio. Todas estas etapas funcionaram muito bem e hoje temos uma relação muito boa.


Actualmente, qual é o sector mais explorado nesta relação?

Hoje, é mais na área do comércio. As empresas suecas gostariam de vir para Angola numa altura em que o mercado está a crescer. Trabalhamos maioritariamente nas infra-estruturas, energias renováveis, telecomunicações e transportes.  Um grande exemplo é a central fotovoltaica em Benguela, em que a Suécia ajudou com 560 milhões de euros. Estamos a fazer isso através de um banco sueco e com uma empresa dos EUA. Hoje, precisa-se trabalhar com outros países e companhias e este é um bom exemplo.  A energia é muito importante para Angola. Aqui, nem todas as casas têm energia, por isso, é importantíssima essa ajuda para a energia chegar a todas as casas. A Scania e a Volvo estão envolvidas para melhorar os transportes. Nas telecomunicações, a Ericsson está a lançar aqui a rede 5G. Também estamos muito envolvidos no novo aeroporto e no corredor do Lobito.  


No corredor do Lobito, as empresas suecas envolvem-se directamente?

Há interesse de companhias suecas que já estão a trabalhar juntamente com companhias de outros países. Quando se faz grandes infra-estruturas, precisa-se de muitas coisas, por isso, há espaço para muitas empresas. O corredor do Lobito é uma prioridade da União Europeia, que vai ajudar com dinheiro. Hoje, não é uma única empresa que faz tudo, é a união de empresas globais que, juntas, trazem diferentes tipos de financiamento.

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