ENTREVISTA. Nos últimos dias, fez furor, nas redes sociais, um vídeo sobre uma ravina na estrada que liga os municípios do Kuilo e Lóvua, na Lunda-Norte, interditando a circulação e provocando acidentes. O governador Ernesto Muangala fala sobre a situação ao Valor Económico.     

Está um vídeo a circular, nas redes sociais, que mostra uma ravina entre o Kuilo e o Lóvua que está a provocar, inclusive, acidentes e vítimas mortais. Qual é a situação concreta?

Em relação ao constrangimento provocado pela ravina que se encontra entre os municípios do Kuilo e o Lóvua, o Governo Provincial da Lunda-Norte, numa acção conjunta, de imediato resolveu o primeiro passo, fazendo uma passagem alternativa, visto que a estrada nacional 225 tem sido, nos últimos tempos, uma via de eleição dos automobilistas, apesar dos trabalhos de construção e reabilitação deste troço em curso. Portanto, nos seus 26 quilómetros que também se apresentam na sua fase conclusiva. Neste momento, o governo, representado pelo gabinete de infra-estruturas e pelo INEA, está a manter contactos com as empresas de construção civil Agavia e Griner no sentido de fornecerem placas reflectoras no intuito de evitar-se acidentes naquele local. Infelizmente, as primeiras barreiras colocadas na altura foram vandalizadas pelos populares. Ainda assim, estão, neste momento, a ser mobilizadas duas máquinas para a colocação de montes de areia, por formas a minimizar o perigo.

 Não era possível

prever e evitar esta situação?

Era possível, sim, evitar este constrangimento, mas a maioria das ravinas na Lunda-Norte são de origem hídrica. E nesse caso em concreto, aquele local era uma passagem hidráulica, que, com a força das águas, não terá suportado. Além disso, com a densa mata que circunda aquelas localidades, quando elas aparecem à vista, já é numa dimensão assustadora. Ao tomarmos conhecimento da erosão foi preocupação do governo a possibilidade de estancamento. Mas são situações que carecem de todo um processo, visto que as infra-estruturas sociais e económicas obedecem a um nível de intervenção.  Lembro, mais uma vez, que esteve cá uma equipe do Ministério das Obras Públicas e Ordenamento do Território com o propósito de fazer o levantamento das ravinas existentes nas localidades efectas aos municípios do Cuilo e Caungula, nessa EN-225, para o processo de intervenção. A nossa província chove muito e é, como dissemos, uma das grandes causas das ravinas. Gostaríamos de recordar que, é da responsabilidade do Ministério das Obras Públicas e Ordenamento do Território a manutenção e conservação das estradas nacionais, assim como o estancamento das ravinas.

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