Aumento da produção do petróleo baralha contas da OPEP
EXCEDENTE. Mercados internacionais continuam a registar excesso de petróleo, apesar da estratégia da OPEP que visa reduzir a oferta e elevar o preço do crude na ordem dos 60 dólares o barril.
A produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) atingiu, em Julho, 32,86 milhões de barris por dia, mais 0,5% que em Junho, segundo dados do relatório da organização.
A subida baralha as contas da OPEP, que, desde o ano passado, defende o corte da produção com o intuito de elevar o preço do barril para a fasquia dos 60 dólares.
A estratégia do cartel passa por reduzir 1,8 milhões de barris/dia, cingindo a produção de petróleo bruto a 32,5 milhões de barris por dia. No entanto, a exploração do crude, nos últimos quatro meses tem estado acima do estipulado. A produção da Líbia e a Nigéria, que ficaram de fora do acordo de corte devido à instabilidade política/militar que vivem, foram as que mais cresceram no seio da OPEP, além da Arábia Saudita. Segundo a OPEP, o desequilíbrio entre a oferta e a procura tem-se reduzido ao longo deste ano e, no segundo trimestre de 2017, o excesso de produção cifrou-se em 390.000 barris de petróleo.
No entanto, o ‘stock’ de crude da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) cifrava-se em 300 milhões de barris, o que também embaraça as intenções da OPEP.
O Comité Técnico Conjunto da OPEP não-OPEP (JTC) realizou uma sessão extraordinária, na semana passada, em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, com alguns dos países produtores participantes da Declaração de Cooperação.
O objectivo das reuniões foi discutir a conformidade com os ajustes voluntários de produção descritos na extensão da Declaração, que entrou em vigor a 1 de Julho de 2017. Na reunião mais recente do Comité de Acompanhamento Ministerial Conjunto da Opep, não-OPEP (JMMC) em São Petersburgo, na Rússia, a JMMC instruiu a JTC a realizar reuniões adicionais de nível técnico com alguns países produtores participantes da OPEP e não-OPEP com o objectivo de continuar a melhorar os níveis de conformidade para acelerar o reequilíbrio do mercado global de petróleo, tanto para os produtores como para os consumidores.
Por conseguinte, realizaram-se reuniões para avaliar ainda mais as evoluções do mercado de petróleo com os Emirados Árabes Unidos, o Iraque, o Cazaquistão e a Malásia, que apresentaram as suas perspectivas dos respectivos níveis de produção.
As discussões, segundo dados do site da OPEP, foram “frutíferas e as conclusões alcançadas com os países na reunião ajudarão a facilitar a plena conformidade com a Declaração de Cooperação”, que os países participantes permanecem firmes no seu compromisso de cumprir.
Os Emirados Árabes Unidos, o Iraque, o Cazaquistão e a Malásia expressaram o seu pleno apoio ao mecanismo de monitoramento existente e sua vontade de cooperar plenamente com o JTC e o JMMC nos próximos meses, a fim de atingir o objectivo preconizado. A reunião extraordinária da JTC foi co-presidida pelo Kuwait e pela Rússia, na presença da Arábia Saudita, que preside a Conferência da OPEP.
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