Batalha na saúde estica a greve mais tempo
REIVINDICAÇÕES. Sindicato dos médicos culpa Governo pela manutenção da greve. Médicos querem salários de até dois milhões de kwanzas, mas o Executivo não quer aumentar mais de 16 mil kwanzas sobre os actuais 270 mil kwanzas de salário-base. Dos pontos reivindicados, apenas um foi cumprido na íntegra, sublinha o Sindicato dos Médicos.
contam depois das 15 horas quando o médico entra às 8h, por exemplo. “Para ter um salário em que se consiga viver, praticamente temos de viver no hospital”, reclama um médico.
O subsídio das horas extraordinárias depende muito das horas de banco. São 300 mil kwanzas por cada 192 horas. “Mas isso ainda não está a valer. Essas horas acrescidas são justas para quem se encontra no município. As horas acrescidas praticamente são uma violência. É desumano. Temos médicos com mais de 60 anos a fazer bancos só para ver um salário digno no final do mês. Temos médicos doentes e grávidas a fazerem isso. Até posso ficar esse tempo todo nos hospitais. Mas estarei a fazer um bom trabalho? Eu, por exemplo, estou há seis meses sem receber este valor e não é um valor que se possa confiar. É como se fosse um bónus. Mas não é. É um trabalho”, explica uma médica.
O Valor Económico contactou o Ministério da Saúde, que, no entanto, não quis prestar mais informações ou mais explicações, além daquelas que o Governo já tinha dado na última conferência em que participaram as ministras da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Teresa Dias, e da Saúde, Sílvia Lutucuta.
Neste evento, bastante criticado pelos médicos, o Governo comunicou a suspensão dos salários dos médicos grevistas. Ainda anunciou ter “cumprido com os pontos do caderno reivindicativo" e garantiu “não cruzar os braços” porque "meia dúzia de médicos entendeu paralisar”.
Depois desta medida, alguns médicos foram impedidos de entrar nos hospitais para prestar serviços mínimos.
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