RELATÓRIO ‘BANCA EM ANÁLISE 2015’

BFA à frente nos lucros da banca pelo segundo ano consecutivo

ANÁLISE. Banco voltou a liderar ranking dos resultados líquidos de todo sistema bancário em 2015, com cerca de 37,8 mil milhões de kwanzas, enquanto lucros do conjunto cresceu 18,5%. BPC mantém primeiro lugar no crédito, BPA suplanta BFA da quarta posição.

As contas do Banco de Fomento Angola (BFA) voltaram a registar, até 31 de Dezembro do ano passado, lucros de 37,8 mil milhões de kwanzas, um aumento de 19,2%, comparativamente aos 31,7 mil milhões de kwanzas inscritos na conta de balanço do ano anterior, de acordo com o relatório ‘banca em análise’ da Deloitte, publicado na semana passada.

A contribuir estão os resultados de intermediação financeira, impulsionados pela margem financeira que deram um salto de 33,5%, ao saírem de 30,7 mil milhões kwanzas em 2014, para 41 mil milhões de kwanzas, em 2015, além da rentabilidade dos capitais próprios.

Os resultados positivos de 2015 voltaram a colocar o BFA no topo da lista dos bancos que mais lucraram no período. Aliás, os sinais de avanços remontam a 2013, quando o banco, na altura sob a gestão de Emídio Pinheiro, absorveu 23,8 mil milhões de kwanzas.

A seguir o BFA está o Banco BIC, que, no ano passado, fechou o balanço com resultados positivos de 27,6 mil milhões de kwanzas, seguido do Banco Angolano de Investimentos (BAI), com 15,3 mil milhões de kwanzas, o ex-Banco Privado Atlântico (BPA), com 11 mil milhões kwanzas e o Banco Caixa Geral Angola (BCGA), com 9,5 mil milhões.

No conjunto, o total do resultado líquido dos bancos em 2015 cifrou-se em 116.512 milhões de kwanzas, representando uma evolução de cerca de 19% face a 2014, quando os bancos todos somaram ganhos de 98.285 milhões de kwanzas.

De acordo com o relatório da Deloitte, a margem financeira, no final de 2015, correspondia a 305.800 milhões de kwanzas, o que corresponde a um aumento de 32% face a 2014. De Janeiro a Dezembro de 2015, as dotações líquidas de provisões para crédito registaram um incremento de 107%, atingindo cerca de 166.792 milhões de kwanzas, comparativamente aos 80.436 milhões do ano anterior.

Se o BFA é maior nos resultados líquidos, na categoria ‘crédito líquido a cliente’ lidera o Banco de Poupança e Crédito (BPC), com cedência de créditos na ordem dos 927.390 milhões de kwanzas, seguido do BAI, com 353.686 milhões, e do BIC, com 290.755 milhões.

A alterar o quadro face a 2014 está o Banco Privado Atlântico (agora fundido ao Millennium Angola), que ‘rouba’ o quarto lugar no crédito ao BFA, ambos com 245.910 milhões e 220.796 milhões de kwanzas, respectivamente.

CRÉDITO POR MOEDA

O estudo da consultora internacional Deloitte conclui que o total de crédito líquido a clientes ascendeu a 2.736.435 milhões de kwanzas, representando um crescimento de 6% face a 2014. A distribuição do crédito por moeda nacional e estrangeira alterou ligeiramente a sua tendência de composição, tendo-se verificado uma diminuição de cinco pontos percentuais (pp) no peso da moeda nacional entre 2014 e 2015, “devido à variação cambial que se registou”, explica a Deloitte.

“Considerando uma taxa de câmbio igual à de 31 de Dezembro de 2014, o peso do crédito em moeda nacional aumentaria 1 p.p. De notar que os créditos contratados após Junho de 2011 que sejam indexados ou denominados em moeda estrangeira podem ser reembolsados pelos clientes em kwanzas”, lê-se no estudo da consultora privada de responsabilidade limitada com origens no Reino Unido.