Bloqueio ao Qatar impacta no preço ?de venda do crude angolano
PETRÓLEO. Preço do barril de crude subiu nas primeiras horas do anúncio do ‘bloqueio árabe’ sobre o Qatar. Mas, mais tarde, as coisas inverteram, chegando-se a negociar a 45 dólares o barril de petróleo, menos dez dólares das previsões angolanas, aquando da elaboração do OGE 2017.
A queda dos preços do barril do petróleo nos mercados internacionais foi uma das primeiras e principais consequências do bloqueio imposto sobre o Qatar (acusado de apoiar grupos terroristas) pela Arábia Saudita, apoiada por vários países vizinhos. Durante a semana (de 5 a 9), o barril de petróleo foi comercializado abaixo dos 50 dólares. Na segunda-feira, 5, por exemplo, o Brent, que serve de referência para a comercialização do petróleo angolano, foi negociado a 49,47 dólares o barril para entrega em Agosto.
Mas, na sexta-feira, o valor caiu para 45,77 dólares o barril. Se, nas negociações de entrega para Agosto ou Setembro, os preços continuarem abaixo dos 46 dólares, por exemplo, deverá ser negativamente impactante para a economia angolana, já que o Governo aprovou o Orçamento Geral do Estado (revisto) de 2017 com uma previsão do preço do barril na ordem dos 46 dólares.
Mas as consequências negativas não afectariam apenas os cálculos do Executivo angolano, como também os da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que aprovou o corte na produção de 1,8 milhões de barris por dia para ver o valor do crude acima dos 50 dólares/barril. Aliás, os ‘timings’ da redução da produção dos estados-membros da OPEP, mais a Rússia, terminaria já este mês, mas foi alargado até Março de 2018.
O pacto, assinado em 2016, prevê reduzir a produção de petróleo bruto de 33,7 milhões para 32,5 milhões de barris por dia. No entanto, nas primeiras horas, após o anúncio do corte das relações de países vizinhos com o Qatar, o preço do petróleo registou um aumento na ordem dos 0,46%, valorizando o barril para 50,18 dólares (o Brent), enquanto a referência WTI ficou cotada em 47,95, equivalente a uma recuperação de 0,61%.
Mas, mais tarde, as negociações agitaram-se com a queda do preço, que se estendeu ao longo da semana. Arábia Saudita, Bahrain, Emirados Árabes Unidos, Egipto e Iémen anunciaram, na segunda-feira, 5, o corte de relações diplomáticas com o vizinho Qatar, alegadamente por este Reino estar a financiar grupos terroristas, como o Estado Islâmico, Al Qaeda e a Irmandade Muçulmana. O anúncio foi feito duas semanas após a visita do presidente norte-americano, Donald Trump, à Arabia Saudita.
JLo do lado errado da história