BNA diz que Kwanza não será desvalorizado
O Banco Nacional de Angola (BNA) não vai desvalorizar a moeda nacional, o Kwanza, declarou hoje o governador José de Lima Massano, durante a conferência de imprensa que visou apresentar o Programa de Estabilização Macroeconómica de 2018.
A informação vem contrariar, assim, as análises recentemente avançadas por algumas agências internacionais de rating, como é o caso da BMI Research que, numa nota enviada aos seus clientes, vaticinava que “Angola deveria desvalorizar o kwanza em finais deste ano”.
No documento, a entidade referia que cada dólar norte-americano deverá estar a valer 210 Kwanzas em finais de 2018, contra os actuais 167, no câmbio oficial.
A BMI Research, uma empresa integrada no grupo da agência de "rating" Fitch, com mais de 200 clientes em todo o mundo, justifica, na sua análise, esta acentuada desvalorização da moeda nacional, entre outros factores, com a ideia de que o Kwanza é uma das moedas "mais sobrevalorizada" em toda a África subsaariana.
Esta perspectiva da BMI, divulgada pela Bloomberg, que é coerente com a opinião da generalidade dos analistas quanto à incontornável desvalorização do Kwanza, surge, todavia, em confronto com a possibilidade igualmente comum de que essa perda de valor face ao dólar deverá acontecer até ao final de 2017, início de 2018, mais tardar.
Isso, porque a actual discrepância entre o câmbio oficial 167Akz/1 USD e o paralelo em torno dos 380/1 USD, a par da inflação anual à volta dos 30%, segundo o mesmo relatório, torna insustentável a manutenção da actual situação.
A nota de "research" da BMI avançava na altura, entre outros condicionantes a uma precipitação da desvalorização do Kwanza , o facto de um novo Governo, saído das eleições gerais de 23 de Agosto, e a chegada ao poder de João Lourenço, teria uma natural relutância em proceder dessa forma, atendendo ainda ao facto de que as autoridades nacionais. O Banco Nacional de Angola e o próprio Presidente da República terem, nos últimos meses, negado a desvalorização como algo de incontornável.
Entretanto, os analistas da BMI Research alertava, na altura, que “uma das consequências imediatas em caso de desvalorização do Kwanza é o aumento da inflação, o que obrigaria o Governo de João Lourenço/MPLA a avançar para medidas impopulares, o que não é visto como provável pela generalidade dos analistas”.
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