OPERADORES CONTESTAM CONCLUSÕES DO BANCO CENTRAL

BNA surpreende fazedores de espectáculos

NEGÓCIO. Indicadores de um levantamento do banco central dão conta que a receita das actividades artísticas, culturais e desportivas.

BNA surpreende fazedores de espectáculos
D.R

A facturação das actividades artísticas, de espectáculos, desportivas e recreativas foi a que mais cresceu em Julho, comparativamente a Junho, passando de mais de 7 para mais de 11 milhões de kwanzas, uma variação de 54%, de acordo com o inquérito do Banco Nacional de Angola (BNA) sobre o impacto da covid-19 nas PME.

Para diversos operadores, os dados, entretanto, são controversos, partindo do princípio de que, no período do inquérito, as referidas actividades estavam proibidas devido à pandemia. “Este indicador não pode corresponder à verdade ou existiu algum lapso nos dados”, afirma um produtor de espectáculos musicais.

Entretanto, apesar de registar o maior crescimento a facturação do sector, é quarta menor num grupo de 16 itens, superando as actividades administrativas e dos serviços de apoio (9,4 milhões de kwanzas), captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, higiene pública (2,6 milhões de kwanzas) e educação, esta que registou uma redução de 90,8%, passando de 25,9 para 2.393 mil kwanzas. 

Segundo o BNA, o indicador resulta do inquérito em que foram registadas 704 submissões e consideradas válidas 673, das quais 292 microempresas, 276 pequenas e 105 médias.

Em relação à facturação, o nível médio “registou um crescimento de 14,8%, comparativamente ao mês anterior, justificado pelo abrandamento das medidas de confinamento e uma maior procura derivada pela maior mobilidade das pessoas”.

Relativamente à sectorização, destaca-se outra vez o sector do comércio (24,7%), seguido da agricultura e pesca (12,5%), indústrias transformadoras (11,4%), outras actividades de serviços (11,1%) e actividades de consultoria, científicas, técnicas e similares (8,3%). 

Entre outros indicadores, o inquérito dá ainda conta que cerca de 63,4% das empresas inquiridas se mantiveram parcialmente em funcionamento, 21,1% encontravam-se temporariamente encerradas e 14,6% mantiveram-se em funcionamento como antes da situação da covid-19. E apenas 0,9% encerram definitivamente as suas actividades.