BPI alegra Isabel dos Santos, mas negócio não está fechado
VENDA DE ACÇÕES. Mais de um ano depois de vários impasses sobre o BFA, BPI faz proposta que alegra Isabel dos Santos.
A empresária Isabel dos Santos ainda não informou, pelo menos, até ao fecho desta edição, se aceita a proposta de compra de 2% de BFA (Banco de Fomento Angola), apresentada pelo BPI, embora a também presidente do conselho de administração da Sonangol já se tenha congratulado com a posição do banco português.
Detentora de 18,6% do BPI, através da Santoro, Isabel dos Santos não participou na votação desta ‘badalada’ decisão, ocorrida em assembleia-geral, na semana passada. O limite de 20% que existia no uso dos direitos de voto desapareceu e o CaixaBank passou a votar com 45,5% no BPI. Por esse motivo, a oferta pública de aquisição passou a ser obrigatória e as acções foram revistas em alta, de 1,113 para 1,134 euros.
Depois de mais de um ano de desentendimentos entre a empresária angolana e a administração do BPI e o maior accionista CaixaBank, a tensão parece terminada. “Saúdo a solução encontrada para resolver a situação no BPI, que reflecte o consenso entre os accionistas e mostra o sentido de compromisso e responsabilidade que sempre orientou a actuação da Santoro”, afirma a empresária em comunicado, sem adiantar se vai vender a sua posição na OPA do CaixaBank.
“Estão reunidas as condições para que ambas as instituições, o BPI e o BFA, consolidem a sua posição nos mercados português e angolano, contribuindo para o crescimento das economias de ambos os países”, lê-se no comunicado, continuando que “desde o início, conduzimos este processo com idoneidade e transparência, de forma a responder aos interesses de todas as partes envolvidas”.
Esta proposta é mais uma do BPI para ultrapassar também o quesito da exposição a Angola, que, por obrigação do Banco Central Europeu (BCE), tinha de se reduzida. Deste modo, o BPI propôs vender 2% do Banco Fomento de Angola à Unitel por 28 milhões de euros, a pagar pela holding de Isabel dos Santos.
Propõe o BPI que o BFA fique maioritariamente com Isabel dos Santos, exigindo em troca dois administradores não executivos, num total de 15. Um membro do conselho fiscal, um membro da assembleia-geral e um membro da comissão de remunerações também fazem parte das exigências do banco português.
O BPI propõe ainda que os estatutos do BFA só possam ser alterados por uma maioria de 70% de votos presentes em assembleia-geral.
JLo do lado errado da história