Cadeias de abastecimento sem mãos humanas
AUTOMATIZAÇÃO. Se é responsável pela gestão de cadeias de abastecimento saiba que a tecnologia já não vai mudar só o futuro, como esse futuro, de que andamos a ouvir falar há algum tempo, está à porta. A produção, a gestão de stocks, das cadeias de abastecimento poderá ser feita à distância e a partir de um ecrã.
A prestigiada Harvard Review chama-lhe a “morte da gestão da cadeia de abastecimento” e aconselha aos funcionários e gestores das ditas cadeias a que mudem de ramo ou apostem num aprendizado tecnológico que lhes permita ocupar uma das poucas posições de controlo de cadeias, via computador.
Trata-se da substituição de toda a “obsoleta intervenção humana”, nas cadeias de gestão de stocks, de produção e de abastecimento, por computadores e robots que podem fazer o mesmo em segundos, sem falhas, e com previsão de atrasos e com autonomia. Tudo nos próximos cinco a 10 anos.
As grandes companhias começaram a viragem através da substituição de mão-de-obra humana em tarefas repetitivas e em processos em que antigamente não se pensaria na intervenção tecnológica como encomendas, compras, envio de facturas e até atendimento ao cliente, simultaneamente processando informação que ajuda a prever faltas futuras de stocks, a diminuir a volatilidade e a optimizar processos baixando custos e aumentando a eficiência.
Algumas empresas já usam sensores para prever avarias na mecanização e diminuir tempos de manutenção e de paragem, e visões futuristas como o uso de drones e veículos auto-comandados para entregas já estão em uso em armazéns e com testes para o exterior.
A gigante mineira Rio Tinto estava a estudar o uso de novas tecnologias que permitissem automatizar as operações desde as minas aos portos através do uso de transportes de carga pesada, sem motoristas e com o uso de câmeras e sensores de movimento controlados remotamente com segurança, sem recurso a mão-de-obra humana em ambientes pouco saudáveis e perigosos onde o erro humano custa vidas.
Um dos pilares que vem emergindo como comum nesta tendência de viragem tecnológica é o da ‘torre digital de controlo’ que funciona como um centro de decisões virtual que disponibiliza informação detalhada, cruzada e rápido acesso sobre toda a cadeia de produção e todas as suas variáveis. Uma torre típica teria poucos analistas de informação para fazer a monotorização 24 horas de vários ecrãs que detalham, em gráficos 3D, cada passo da cadeia de produção desde a encomenda até à entrega nas mãos do cliente, tudo com alertas visuais para qualquer falha ou gargalho no processo. Tudo informação livre de falhas e com o potencial de baixa de custos, de redução de ineficiências e de previsões precisas que a melhor gestão humana pode falhar.
Num cenário em que a máquinas substituem a intervenção humana na maior parte das tarefas que integram a cadeia produtiva, os postos de trabalho que se poderão manter em demanda, são os que contribuem para a migração tecnológica das empresas, os que analisam e validam informação produzida pelas máquinas e os que têm formação e capacidades tecnológicas para as programar e para inserir algoritmos que levem à projecção de diferentes cenários.
Tudo trabalhadores altamente especializados, que podem trabalhar à distância num cenário em que fábricas com muitos funcionários susceptíveis a falhas ou a doenças (como a pandemia do covid19) serão coisa do passado. O futuro está à porta.
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