Entre 2018 e 2019, a redução é de 41%

Capturas no Namibe reduziram 71% em quatro anos

PESCA. Depois de em 2016 se pescarem mais de 98 milhões de toneladas, em 2019 a cifra foi de pouco mais 28 milhões de toneladas.

Capturas no Namibe reduziram 71% em quatro anos

 

A captura da pesca industrial e semi-industrial no Namibe registou um recuo de 41%, em 2019, passando de mais de 48,4 milhões para cerca de 28,6 milhões toneladas, de acordo com dados preliminares da Associação Provincial da Pesca a que o VALOR teve acesso.

É o terceiro ano consecutivo a registar-se quebras nas capturas da província, depois de em 2018 recuar 43,3% face a 2017, ano em que foram capturadas 85 527 808 toneladas. Esta cifra, por sua vez, resultou de um recuo de 13,5% face as 98.921 209 toneladas capturadas em 2016. Tendo este ano como partida, nos últimos quatro anos as capturas no Namibe reduziram 71,1%.

O presidente a associação de pescas do Namibe, Jorge Hilário, aponta duas razões para justificar a queda nas capturas. “Alguma influência climática, que não é de grande mota e a outra tem que ver com a quantidade de sardinha que foi pescada em anos anteriores, este recurso não podia aguentar, houve um sobre esforço nesta espécie e agora tem estado a faltar”, explicou.

Acrescentou que a ausência da sardinha tem estado a obrigar as armações a deslocarem-se para zona cada vez mais distantes. “A sardinha, inicialmente, pescávamos aqui a sul, no Tombwa, foi escasseando, depois na Baia dos Tigres, foi escasseando. As embarcações foram andando para o norte. Bentiaba, falhou. Começou-se a pescar mais para os lados de Benguela, nada. Kwanza Sul e depois Barra do Kwanza. Portanto, neste momento não há sardinha”, salienta.

Jorge Hilário apela para a necessidade de maior fiscalização no sentido de evitar-se a violação do período de pesca de espécies como o carapau e a sardinha e, sobretudo a pesca de peixe miúdo.

A sardinha tem percurso diferente do carapau, vem do golfo da guine, vem do norte para o sul. Se houver um reforço da sardinha nos congos também não chega tanta quantidade aqui.           

Entretanto, em termos da variação percentual da captura das espécies, a maior redução registou-se na pesca da cavala, foi de 43%, passando de 5.638.995 para 3.201.879 toneladas. A sardinha aparece imediatamente a seguir com um registo negativo de 42,9% ao passar de 38905720 para 22183046 toneladas.

Já a captura do carapau reduziu cerca de 23%, passando de 34.73.751 para 2.666.156, enquanto a captura do taco-taco reduziu 31% ao passar de 182.436 para 125.410 toneladas.