Cerca de 30 jovens encontram primeiro emprego na ‘Fábrica de Sabão’
EMPREENDEDORISMO. Projecto ganhou o nome da Fábrica de Sabão, funcionando, deste modo, nas instalações da ex-fabricante de detergente de Luanda. A iniciativa de carácter social e económico está a tirar jovens do desemprego, no município do Cazenga, promovendo a criatividade e inovação.
Pelo menos 30 pessoas encontraram já o primeiro emprego, no âmbito do projecto Fábrica de Sabão, lançado no ano passado, em Luanda. Maioritariamente moradores do Cazenga, município que acolhe a iniciativa de carácter social e económico, os beneficiários desenvolvem actividades em diferentes áreas de ofício.
No âmbito da promoção do empreendedorismo de inovação, o projecto, que funciona nas instalações da ex-fábrica de sabão do Cazenga e que dá o nome à iniciativa social, fez, no sábado, 27, a apresentação inaugural de um restaurante vegetariano.
“É basicamente uma coisa nova. Aquelas pessoas que gostam de alimentos 100% naturais podem vir ao Cazenga e encontrar a solução”, afirmou o gestor de instalações do projecto, Pedro Lubilu.
Ainda no sábado, fez-se a inauguração de um auditório e um salão de exposição do centro, que possui também uma incubadora de empresas. Pelo menos, quatro projectos de negócios, nas áreas de restauração, construção civil, confecção, reciclagem, e tecnologias de informação encontram-se incubados naquele espaço laboral e de recreação. Os mentores da ‘Fábrica de Sabão’ têm agendada a construção de um atelier, campo multiuso, centro médico e a abertura de uma rádio comunitária.
Para ter acesso ao espaço, basta contactar a direcção do centro e apresentar ideias empreendedoras. O Fundo Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA) é parceira do projecto e apoia as empresas em fase de iniciação. Os empreendedores beneficiam ainda de formações sobre contabilidade, gestão de empresas e legislação comercial. “Mesmo que não tenha a empresa formalmente criada, nós apoiamos, sobretudo se for jovem. Claramente, em certos casos, nós podemos apoiar a legalização das ‘startups’”, explica Pedro Libilu. Para os espaços dos empreendedores, é cobrada uma renda de acordo com o local, enquanto para os ‘simples’ utentes dos serviços do centro, como cursos, há uma lista de preços que podem variar entre os 500 e mil kwanzas. Para quem não pode pagar em dinheiro, deve fazê-lo com material reciclável que pode vir do lixo, como madeiras, pneus, garrafas de plástico e latas de alumínio.
O centro está composto por unidades contentorizadas transformadas em escritórios equipados, espaços de trabalho, salas de reuniões. O projecto Fábrica de Sabão, que envolve especialistas e mentores internacionais de ideias criativas, é fruto de uma parceria público-privada entre o Ministério da Indústria, a empresa Kijinga e o Fundo Soberano de Angola.
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