ANGOLA GROWING
DESAFIO PARA COMBATER O DECLÍNIO DA PRODUÇÃO

Chevron e Exxon prontas para responder à Sonangol

PETRÓLEO. Em resposta à solicitação da petrolífera nacional, a Chevron garante que “continua a optimizar os activos e recursos existentes e a investir nas operações de base”. Exxon assegura ter novos investimentos.

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A petrolífera norte-americana Chevron está a avaliar “cuidadosamente” as mudanças da nova legislação do sector petrolífero para compreender o impacto nos investimentos actuais e futuros.

A companhia respondeu ao VALOR sobre os planos que tem para responder positivamente ao desafio lançado pela Sonangol no sentido de as petrolíferas trabalharem para se inverter a tendência decrescente da produção. “A Chevron continua a optimizar os activos e recursos existentes e a segurança dos equipamentos e a investir nas operações de base para impedir o declínio natural da produção dos campos mais maduros”, esclareceu a companhia.

Detentora de um portfólio diverso em Angola, que inclui exploração, desenvolvimento e produção de petróleo bruto e gás natural liquefeito, a Chevron salienta que uma das estratégias passa por orientar as acções para produzir os melhores resultados na indústria, bem como atingir um valor superior para os accionistas em qualquer ambiente empresarial.

O último investimento anunciado pela petrolífera norte-americana em Angola foi no valor de mil milhões de dólares numa linha de conexão, no Soyo, para fornecer gás ao projecto Angola LNG.

A Chevron detém participações em três concessões: Bloco 0, situado no ‘offshore’ de Cabinda; Bloco 14, em águas profundas, e a área ‘onshore’ Fina Sonangol Texaco (FST). Participa também na Angola LNG Limited, localizada no Soyo, com uma capacidade de processamento na ordem dos 1,1 mil milhões de pés cúbicos de gás natural por dia.

EXXON COM NOVOS INVESTIMENTOS

Por seu turno, a também norte-americana Exxon Mobile salienta que “há um esforço no sentido de suavizar o declínio da produção, com a implementação de novos projectos, bem como algumas actividades dentro do bloco 15 com vista a mitigar os efeitos para que não sejam tão acentuados”, como garantiu, ao VALOR, o director de relações públicas e governamentais da petrolífera.

Armando Afonso explica que estão também em curso negociações com a Sonangol e com o Governo, com vista a procurar-se novas possibilidades de aumento da produção com novas descobertas. A Exxon Mobile está em Angola há 24 anos e é a operadora do bloco 15, situado nas águas profundas. Atingiu o pico da produção em 2008 com 720 mil barris por dia. Desde então, vem registando declínio. A média da produção diária no primeiro trimestre de 2018, por exemplo, foi de 240 mil barris, quando no período homólogo foi de 270 mil barris, registando-se uma queda de 11%.

Armando Afonso considera “ser uma ‘performance’ natural da exploração em zonas ultra-profundas”. A petrolífera também é associada nos blocos 17 e 32, com, respectivamente, 20% e 15%.