MAIS UMA REESTRUTURAÇÃO MOTIVADA PELA CRISE

Chicoil pretende desactivar unidades de negócios no estrangeiro

REESTRUTURAÇÃO. Grupo empresarial, que gere uma carteira de negócio avaliada em 200 milhões de dólares, pretende reestruturar filiais no exterior para reduzir custos, medida que pode levar a ‘desfazer’ negócios não rentáveis e a reduzir pessoal.

O grupo Chicoil, que se dedica à prestação de serviço em diferentes áreas com realce no sector hoteleiro e na segurança privada, pretende reestruturar algumas das suas unidades de negócios no exterior, nomeadamente na China, Emiratos Árabes Unidos (Dubai) e Portugal, revelou, ao VALOR, o seu presidente executivo, Eurico Camutenga.

O processo de reestruturação deverá resultar no encerramento de algumas sucursais do grupo no exterior e, como consequência, a redução de trabalhadores, medida justificada pela actual conjuntura de crise económica.

As filiais do grupo no estrangeiro têm servido, até então, de suporte aos investimentos da empresa para a aquisição de equipamentos e contratação de mão-de-obra chinesa para o negócio, na área da construção, em Angola.

Uma outra ‘reforma’ passa por ‘inviabilizar’ os negócios do grupo que não têm rentabilidade.

De acordo com o presidente da comissão executiva da Chicoil, o grupo possui uma carteira de negócio avaliada em aproximadamente 200 milhões de dólares. No entanto, a empresa tem registado quedas nas receitas na área da hotelaria face à redução de hóspedes, uma dificuldade que se transfere para a empresa de segurança, onde alguns contratos foram rescendidos por falta de liquidez dos clientes.

A Chic-Chic, gestão de hotéis, é a principal unidade de negócios do grupo que detém mais de sete empresas, entre as quais a Construi Angola, Chic-Chic segurança privada, Chicel House (sector imobiliário), Dondy fiscalização e Projectos, Chicocar (rent a car e camionagem), e a Chimuco comercial, actualmente desactivada.

Na hotelaria, o grupo gere uma rede de hotéis em províncias como a Huíla, onde dispõe de uma unidade, Namibe (uma unidade), Benguela (duas), Luanda (uma), Menongue (uma), para além de ter ainda, em vias de construção, outras unidades hoteleiras na Lunda-Sul, Luanda, Kuando-Kubango e no Bié.

Outro dos segmentos de negócios da empresa é a área de segurança privada, que reúne cerca de 1.600 efectivos, incluindo pessoal administrativo. No total, o grupo emprega acima de 2.400 trabalhadores, segundo Eurico Camutenga.

Para o futuro, a direcção do grupo pretende diversificar a carteira de negócios. A implementação de uma fábrica de água mineral, no Huambo, deverá ser das próximas grandes apostas, havendo ainda planos para a edificação de uma outra unidade fabril de blocos, em Luanda.

A concretização dos novos projectos está, no entanto, dependente da melhoria do actual quadro financeiro do país.