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Situação levou a um corte no fornecimento

Chuvas inundam barragem de Laúca

As fortes chuvas que caem desde domingo em Malanje provocaram uma inundação nos dois sistemas de geração de electricidade em funcionamento no Aproveitamento Hidroelétrico de Laúca, suspendendo a produção na maior barragem de Angola.

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A situação levou a um corte no fornecimento de electricidade a várias províncias do norte de Angola, incluindo Luanda, durante várias horas, até à tarde de ontem (30). De acordo com informação divulgada pela administração daquele aproveitamento hidroelétrico, tratou-se de um volume de precipitação "anormal".

Uma das máquinas de geração de electricidade foi entretanto colocada em produção, mas a segunda só voltará a funcionar a 1 de Novembro, após a realização de novos testes. Aquela barragem foi inaugurada a 4 de Agosto, pelo ex Presidente da República, José Eduardo dos Santos, que colocou em funcionamento o primeiro grupo gerador, debitando na rede nacional os primeiros 334 MegaWatts (MW) de eletricidade.

Trata-se de uma obra que arrancou em 2012, a cargo da construtora brasileira Odebrecht, e que em setembro contou com a entrada em funcionamento do segundo grupo gerador, elevando a produção debitada na rede, provisoriamente, a cerca de 500 MW.

Considerada a maior obra de engenharia civil de sempre em Angola, e a segunda maior barragem em África, servirá para abastecer oito milhões de pessoas, chegando em 2018 às províncias do centro do país, como o Huambo e Bié. Foi encomendada pelo Estado por 4,3 mil milhões, envolvendo financiamento da linha de crédito do Brasil e movimentou, nas várias fases, cerca de 13.000 trabalhadores.

Entre Março e meados de Julho que o enchimento em Laúca condicionou a operação nas restantes barragens do rio Kwanza, devido ao reduzido caudal, limitando o fornecimento de eletricidade da rede pública a Luanda, por norma, a poucas horas por dia.

Com um volume de água de albufeira de mais de 2.500 milhões de metros cúbicos, o enchimento da barragem de Laúca só terminará em 2018, com a elevação até à quota 850, completando o reservatório na sua totalidade.

Nessa altura estarão em funcionamento as seis turbinas que estão instaladas, totalizando 2.070 MW de eletricidade, mais do dobro da capacidade das duas barragens - Cambambe (960 MW) e Capanda (520 MW) - já em funcionamento no rio Kwanza.